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"Aquilo que se espera é que, se há algumas questões internas aqui relativamente a instituições que são importantes – a Federação Portuguesa de Futebol é importante lá fora, o Comité Olímpico de Portugal é importante lá fora –, que sejam resolvidas cá dentro, sem repercussão lá fora", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio de Belém.
O chefe de Estado argumentou que, "se (o atual diferendo) tem repercussão lá fora que não seja positiva, perdem os atletas olímpicos, perdem os atletas que servem as nossas seleções de futebol, perde a organização de campeonatos em que Portugal também está envolvido".
"Perdem essas instituições, em termos de prestígio, e perdem os seus presidentes. Portanto, como perdem todos, o bom senso obriga a que se evite que todos percam, e sobretudo que Portugal fique afetado desnecessariamente, quando isso pode resolver simplesmente cá dentro", acrescentou.
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Interrogado se houve alguma iniciativa da sua parte sobre esta matéria, o Presidente da República respondeu: "Não houve. Mas eu posso dizer o que é que penso sobre a matéria, e o que eu penso sobre a matéria é muito simples. Toda a gente sabe que o desporto, o desporto português tem muito prestígio lá fora".
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o futebol, em particular, tem muita importância lá fora" e que o impacto externo do futebol português, "felizmente, tem sido muito bom para Portugal ao longo dos últimos anos" e assim "deve continuar".
A direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) presidida por Pedro Proença anunciou no domingo que iria pedir uma audiência urgente ao Governo e enviar uma exposição ao Conselho de Ética do Comité Olímpico de Portugal (COP) por causa da atuação de Fernando Gomes, atual presidente da COP e anterior presidente da FPF.
Depois de o atual presidente da FPF ter enviado uma carta às 55 federações membro da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) na qual declarava ter o apoio de Fernando Gomes a um lugar no Comité Executivo deste organismo europeu, o presidente do COP negou esse apoio e considerou que Pedro Proença estava a seguir "o caminho da destruição do legado" que deixou na FPF.
No dia em que Fernando Gomes tomou posse como presidente da COP, a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas na Cidade do Futebol, em Oeiras, no âmbito da Operação Mais Valia, no âmbito de uma investigação sobre a venda da antiga sede da FPF, em 2018, e constituiu como arguidos o antigo deputado do PS António Gameiro e o antigo secretário-geral da FPF Paulo Lourenço.
Perante esta investigação, a atual direção da FPF comunicou que iria intensificar as medidas de auditoria entretanto iniciadas e constituir-se como assistente em quaisquer processos judiciais desencadeados pela da Operação Mais Valia.