O especialista sueco não poupou elogios aos dois jovens rivais, que partilharam entre si os últimos sete títulos do Grand Slam, incluindo duas presenças na final. A última vez que as duas estrelas se encontraram foi na final de Wimbledon deste ano, onde o atual número um do mundo conquistou o seu quarto título do Grand Slam.
"Nunca vi ninguém jogar ténis de forma tão agressiva como o Sinner", disse Wilander ao L'Équipe.
"Não é que ele bata em todas as bolas como um louco, é que ele tenta jogá-la o mais cedo possível. Alguns jogadores têm uma pancada mais forte, mas ninguém chega à bola tão rapidamente e joga-a logo após o ressalto como ele", explicou.
De acordo com Wilander, o estilo de jogo de Sinner é uma visão do futuro. "O seu ténis está cinco a 10 anos à nossa frente. Faz-me lembrar a fase de desenvolvimento do futebol com passes rápidos de um toque - o ritmo do jogo mudou completamente", disse.
É isso, diz ele, que torna Sinner diferente de Alcaraz.
"Nem toda a gente consegue jogar como o Carlos. É preciso um talento excecional para o fazer. Mas qualquer um pode tentar jogar como Sinner - o seu estilo requer, acima de tudo, um compromisso total", explicou.
Alcaraz ainda lidera tanto no registo de Grand Slam (5-4) como em duelos (8-5). No entanto, segundo a lenda sueca, muitos jogos poderiam ter corrido de outra forma, incluindo a final do Open de França em junho, em que Alcaraz desperdiçou três match points no quarto set.
"Quando vi a final, foi difícil acreditar que Carlos tinha ganho os últimos cinco jogos contra Jannik", disse Wilander.
"Mas também foi fácil lembrar que era Sinner quem deveria ter vencido Roland Garros. Ele foi o melhor jogador em Paris e em Wimbledon", acrescentou.
Wilander também acredita que Sinner fez mais progressos do que Alcaraz nos últimos dois anos: "Carlos tem mais espaço para melhorar por causa disso, especialmente em termos de seleção de tacadas. Ele ainda tem reservas".