Os alemães, que têm como objetivo vencer o Mundial-2026, nunca tinham perdido uma partida de qualificação para o Mundial fora de casa e perderam os últimos três jogos consecutivos, depois das derrotas frente a Portugal e França na Liga das Nações em junho.
Os alemães têm sentido dificuldades em grandes torneios internacionais desde que ganharam o Mundial-2014.
O estilo ofensivo da Eslováquia deu frutos aos 42 minutos, quando Florian Wirtz, da Alemanha, perdeu a posse de bola e os anfitriões lançaram um rápido contra-ataque, com David Hancko a concluir com um remate certeiro.
A Alemanha, apática na primeira parte, mostrou-se mais agressiva após o intervalo, com Leon Goretzka a chegar perto do golo. No entanto, a Eslováquia marcou contra a corrente do jogo, com David Strelec a ultrapassar Antonio Rüdiger antes de rematar em arco para lá de Baumann, aos 55 minutos.
Lothar Matthäus disse após o jogo que tinha ficado chocado com o desempenho alemão:
"A prestação da equipa alemã surpreendeu-me completamente, quase me chocou. Quando o guarda-redes Oliver Baumann foi o melhor depois de uma derrota por 2-0, isso diz muito sobre o desempenho", disse Matthäus ao jornal alemão Bild.
"Concentração, garra, paixão - faltou tudo isso. A Alemanha deixou-se surpreender por uma equipa eslovaca bem ajustada do ponto de vista tático. A equipa alemã não tinha a cabeça no relvado".
Nos dias que se seguiram ao jogo, os meios de comunicação social alemães discutiram se Julian Nagelsmann precisa de colocar em campo outro tipo de jogadores, com menos qualidade, mas que estejam dispostos a deixar o seu coração no relvado, algo de que Nagelsmann também falou depois do jogo.
Matthäus também vê as coisas desta forma: "Há duas semanas, fiz um onze inicial em que havia mais jogadores com a mentalidade certa. Estou a pensar no (Robert) Andrich, no (Waldemar) Anton e também no (Nico) Schlotterbeck, quando estiver em forma. São jogadores de mentalidade".
Nagelsmann também foi criticado por Matthäus devido às suas muitas experiências na equipa.
"A tática e a formação surpreenderam-me. Penso que a formação básica deveria ser um 4-2-2-2, tal como Nagelsmann costumava jogar nos seus dias no RB Leipzig. Ele faz muitas alterações táticas, mudanças durante os jogos e novos processos a toda a hora. Não posso esperar que o (Nnamdi) Collins jogue bem no seu primeiro jogo pela seleção, quando tem de mudar completamente e as coisas são exigidas num sistema que ele normalmente não joga no (Eintracht) Frankfurt".
"É claro que não se pode explicar uma derrota contra a Eslováquia apenas com táticas, mas isso não dá segurança aos jogadores. Talvez Nagelsmann sobrecarregue um ou dois jogadores com as suas ideias".
A Alemanha continua a sua campanha no Campeonato do Mundo quando defrontar a Irlanda do Norte em casa, no domingo à noite, às 19:45 de Lisboa.