Ao anunciar a lista de convocados para os jogos particulares de junho, o selecionador sul-africano, de 47 anos, chamou Wanyama, de 33 anos, cuja última aparição pela equipa foi em 2020, antes de abandonar a seleção em 2021, depois de ter sido preterido na seleção na qualificação para o Campeonato do Mundo de 2022.
No entanto, devido a compromissos pessoais no Reino Unido, o antigo médio do Tottenham Hotspur pediu para ser dispensado dos dois jogos. McCarthy aceitou o pedido de Wanyama e rapidamente preencheu a lacuna, convocando o médio Austin Odhiambo, do Gor Mahia.
Odhiambo tem estado em boa forma nos últimos jogos da FKF Premier League nesta temporada desde que voltou de lesão, e a sua inclusão pode acrescentar profundidade criativa às opções de meio-campo disponíveis para os dois jogos.
Wanyama estreou com a camisa do Harambee Stars em maio de 2007, com apenas 15 anos, num particular contra a Nigéria, e disputou todas as seis partidas da qualificação para o Mundial-2010. Foi capitão da seleção nacional na Taça das Nações Africanas (CAN) em 2019, quando o Quénia terminou em terceiro lugar no seu grupo, atrás dos finalistas Argélia e Senegal.
O regresso de Wanyama suscitou um debate nas redes sociais, com os quenianos a darem opiniões divergentes. Enquanto outros apoiaram a decisão de McCarthy, a outra parte considerou que o tempo de Wanyama na seleção nacional como jogador já tinha passado, a não ser que regressasse, mas para um cargo de treinador.
McCarthy veio a público esclarecer as razões que o levaram a tomar esta decisão, insistindo que a mesma se deve ao facto de a seleção precisar de jogadores experientes para orientar os mais jovens, que estão a ser integrados no plantel para futuras missões.
"Tenho de olhar para todos os ângulos, por isso escolhi uma equipa que me pareceu forte, que tem um pouco de experiência, mas com jogadores que, quando se trazem os jovens, podem aprender com eles, e essa foi a razão pela qual escolhi a equipa que escolhi", disse McCarthy ao Flashscore: "É uma pena que Victor (Wanyama) não tenha podido vir porque teve problemas familiares, por isso não é uma questão de saber porque é que o jogador não conseguiu vir, e acho que ele (Wanyama) é um ícone local. Sei que já passei por isso na África do Sul. Nunca tive a despedida que queria depois de tudo o que fiz pelo país."
McCarthy explicou ainda por que Wanyama merecia reconhecimento e respeito nos círculos futebolísticos quenianos, dizendo que o ex-jogador do Celtic e do Southampton, ao lado de Michael Olunga e do seu irmão Macdonald Mariga, havia colocado o nome do país da África Oriental no mapa.
"Victor (Wanyama) é alguém que este país tem de respeitar. No que diz respeito ao futebol, é um dos jogadores que colocou o nome do Quénia no mapa com as suas façanhas no Celtic, Southampton, Tottenham Hotspur, juntamente com Michael (Olunga) e até mesmo Mariga. Por isso, acho que, para mim, é uma oportunidade dar a alguém como ele uma oportunidade de voltar à seleção nacional, mas também aos jogadores mais jovens que trouxermos, para que aprendam com alguém como Wanyama, porque é melhor aprender com alguém que já jogou ao mais alto nível."
McCarthy concluiu: "Não se trata apenas de jogar ao mais alto nível, mas ele também já alcançou muito, por isso penso que foi essa a razão que me levou a incluir o Wanyama, mas, infelizmente, questões familiares interferiram, mas haverá outras oportunidades."
Wanyama tornou-se o primeiro jogador queniano a marcar na Liga dos Campeões, ao apontar o primeiro golo na vitória do Celtic sobre o Barcelona por 2-1, a 7 de novembro de 2012.
