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Mestre em Psicologia Mariana Paiva sonha com Los Angeles 2028

Mariana Paiva em ação nos Internacionais de Portugal nas Caldas da Rainha
Mariana Paiva em ação nos Internacionais de Portugal nas Caldas da RainhaFederação Portuguesa De Badminton
A portuguesa Mariana Paiva, 258.ª no ranking mundial de badminton, acolhe o sonho de chegar a Los Angeles 2028 na modalidade que abraçou e que concilia com a psicologia, em que é mestre a caminho da clínica.

Aos 25 anos, a jogadora natural de Santa Maria da Feira quer fazer mais torneios internacionais “a partir de maio”, conta à Lusa, aproveitando a proximidade a Paris 2024 para subir no ranking e aproximar-se do top 150, o objetivo até ao final do ano.

“A longo prazo, o objetivo será Los Angeles 2028. É um objetivo definido. Comecei o percurso há dois anos, com zero pontos. O objetivo era sempre esse. Fui fazendo vários torneios, não os que pretendia, também por falta de apoios monetários. Nos que posso, faço o máximo possível, e nunca tive tantos pontos”, explica à Lusa, à margem dos Internacionais de Portugal nas Caldas da Rainha, em que compete.

Mariana Paiva promete “lutar com tudo”, até porque já parou uma vez de praticar, quando chegou à faculdade depois de atingir “o pico, no Mundial sub-19”, em que fez parte da seleção portuguesa, tendo perdido então a “concentração e motivação”.

“Comecei a modalidade tarde, ali pelos 13 anos. (...) Não conseguia concentrar-me, ter a motivação para treinar. Quando isso acontece, mais vale pararmos do que sermos forçados ou virmos treinar três vezes, jogar e perder”, comenta.

Mais de um ano depois, voltou e, mesmo com a pandemia de covid-19, aproveitou as aulas online para conciliar as duas coisas, acabando entretanto o mestrado “muito pacífico” em Psicologia do Comportamento Desviante e da Justiça, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

A tese, sobre a administração de benzodiazepinas e antidepressivos, comprova a aptidão da jovem feirense para o mercado profissional, em que agora precisa de registar 1.800 horas de estágio remunerado para aceder à cédula da Ordem dos Psicólogos.

“Sinto que vou ter um pouquinho mais de dificuldade com o estágio profissional, são oito horas por dia, com um horário um pouco fixo. Para fazer torneios, temos de sair à quinta-feira, terei de faltar ao trabalho... mas com a minha força de vontade sei que vou conseguir. Sem dúvida. Sem dúvida”, reforça.

Depois de ter a cédula, quer “trabalhar em várias clínicas” e acumular as duas coisas, uma ligação, entre desporto e psicologia, que ambiciona conciliar mais tarde, com uma pós-graduação específica que aproveite a experiência enquanto atleta.

“Com a minha experiência, percebo bem os atletas sobre ansiedade, depressão. Consigo ajudá-los muito mais tendo essa experiência própria. Gostava muito de seguir essa área”, refere.

Entre a clínica e o court, Los Angeles 2028 depende da capacidade, sobretudo financeira, de a atleta do Prazeres conseguir chegar ao máximo de torneios internacionais possíveis, não só para elevar o nível como somar vários resultados marcantes para o ranking.