Milhares de adeptos despedem-se de Pelé

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Milhares de adeptos despedem-se de Pelé

Filas de quilómetros com adeptos para se despedirem de Pelé
Filas de quilómetros com adeptos para se despedirem de PeléAFP
Com um velório aberto, com a duração de 24 horas, na Vila Belmiro, casa do Santos, são milhares os adeptos que, desde o início da manhã, fizeram fila para poderem dizer o último adeus a Pelé.

Várias centenas de adeptos chegaram a Santos oriundos de outras cidades. "Pelé, Pelé!" podia ouvir-se desde manhã cedo, quando as filas começavam a aumentar de dimensão.

Entre lágrimas, a terceira esposa de Pelé, Marcia Aoki, foi uma das primeiras aproximar-se do caixão do ex-jogador. Vestida de preto, passava a mão sobre a cabeça do ídolo, com quem se casou em 2016.

Os adeptos também não pararam de fazer elogios ao ídolo enquanto esperavam para entrar no estádio.

"A minha infância foi toda sob influência do que o Pelé fez pelo Brasil, nos jogos do Mundial", explicou o bancário Carlos Mota, de 59 anos, que viajou do Rio de Janeiro com seu filho Bernardo, de 12 anos.

"Sempre falei para o meu filho que há três coisas que não se discutem: que a bola é redonda, o relvado é verde e o Pelé é o maior", acrescentou Mota.

Bernardo claramente levou a lição a sério. "Nunca vi Pelé jogar, mas vi os vídeos. Ele é o maior jogador que já pisou o planeta Terra", disse.

A já aposentada Vera Lúcia, de 75 anos, que saiu de São Paulo, também estava na fila, que chegava a dois quilómetros no início da tarde desta segunda-feira.

"Estou simplesmente devastada. Sempre adorámos assistir aos jogos dele em família", disse.

"Tenho certeza de que vai ser grande. Nestes dois dias, vai passar muita, muita gente, adeptos. Não só antigos, que acompanhavam o seu futebol, mas também crianças" vão-se despedir do rei, disse à AFP Sílvio Neves Souza, um eletricista de 54 anos que foi tirar uma foto com o busto e a estátua de Pelé, instalados num corredor externo do estádio do Santos.

Sepultamento reservado

O corpo do único jogador tricampeão mundial (1958, 1962, 1970) chegou ao local por volta das 13:40, numa caravana saída do hospital Albert Einstein, onde esteve internado desde 29 de novembro.

Várias bandeiras de diferentes tamanhos decoram as arquibancadas: uma com o Rei de costas, mostrando a camisola 10 que imortalizou, e outras com mensagens como "Viva o rei", "Pelé 82 anos" e "Camisa 10 do Santos".

O acesso ao estádio será permitido de forma "ininterrupta" até as 10:00 de terça-feira. Depois, terá início um cortejo pelas ruas de Santos, que terminará num mausoléu da cidade, com um sepultamento reservado para a família.

Neste mesmo cemitério, de onde é possível ver a Vila Belmiro, estão enterrados o pai, o irmão e a tia de Pelé.

"Ele já sabia que estava a partir"

Outras homenagens sucederam-se no Brasil, principalmente durante a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo, em Brasília, que começou com um minuto de silêncio em sua memória no Congresso Nacional.

Pelé ficou internado durante um mês no Albert Einstein até ao seu falecimento, a 29 de dezembro. Dali, ele acompanhou o Mundial do Catar e a eliminação do Brasil nos quartos de final.

"Estivemos com ele" a 21 de dezembro, explicou a irmã, Maria Lúcia: "Estava bem tranquilo, conversámos um pouquinho. Mas eu estava a ver o que ele estava a sentir, ele já sabia que estava a partir".