A invasão da Ucrânia afastou a Rússia dos grandes palcos desportivos, como sanção pelo ataque a um país soberano. O futebol não foi exceção, com FIFA e UEFA a impedirem a seleção e os clubes de participarem em torneios internacionais, deixando a Sbornaya vetada a uma série de particulares com antigas repúblicas soviéticas e países alinhados politicamente com Moscovo.
Desde 14 de novembro de 2021, quando perdeu com a Croácia a oportunidade de garantir o apuramento direto para o Mundial-2022 que a Rússia não disputa um jogo oficial. E nos quatro particulares realizados só conseguiu vencer o Quirguistão. Questionado sobre a situação antes do jogo com o Iraque, Valery Karpin mostrou um incómodo visível com toda a situação.
“O que vai mudar se perdermos este jogo? Vamos voltar a disputar jogos internacionais ou, pelo contrário, continuar mais tempo banidos? E se ganharmos, o que interessa a sequência de vitórias? Os adeptos estão tristes com a falta delas, nós estamos tristes por não jogar. Eu não estou agarrado a nenhum lugar, se tiver que ser despedido, serei. Não vai mudar nada, vou continuar a viver a minha vida da mesma maneira”, desabafou antes da partida que viria a vencer.
Comentários que não caíram bem a Oleg Matitsin, reponsável pela pasta do Desporto no país.
“Expressar indiferença no desporto é um caminho que não leva a lado nenhum. Por isso tem de decidir: ou está connosco, com a equipa, com os adeptos, com a Rússia, ou tem de ir embora”, atirou.
Tal como a grande maioria dos atletas russos, Valery Karpin nunca demonstrou apoio público à invasão da Ucrânia e, em fevereiro, chegou mesmo a advogar para o fim do combate para colocar um ponto final ao sofrimento dos países, naquelas que são as únicas palavras sobre a situação. De acordo com a imprensa local também não tem mostrado muito entusiasmado com a eventual mudança da UEFA para a AFC, a entidade responsável pelo futebol na Ásia.