O catalão encontrava-se na situação ideal para conquistar mais uma vitória. Havia pilotos como Marco Bezzecchi e Fabio Di Giannantonio, que se destacaram na sessão de qualificação, prontos para surpreender e até lutar pelo triunfo. Álex Márquez (14.ª) e Francesco Bagnaia (13.ª) partiram muito atrás e com poucas hipóteses de sucesso, um contexto semelhante ao de Jorge Martín (16.ª) que ficou de fora da Q2 - tal como o já referido Pecco.
Para além dos pontos, a vitória no regresso à Hungria após 33 anos de ausência e num novo circuito teve um sabor especial. O contratempo de Di Giannantonio, com uma mudança de última hora na moto e uma penalização de 14 segundos no pitlane, deixou um dos principais candidatos sem hipóteses. Embora esta circunstância tenha deixado o caminho mais livre para Marc, a verdade é que o arranque não ficou isento de um toque com Bezzecchi e de uma descida para o quarto lugar.
Miguel Oliveira, que arrancou da 19.ª posição da grelha, terminou no 12.º lugar, alcançando na Hungria a sua melhor posição, até ao momento, da temporada do campeonato do Mundo de MotoGP.
Várias quedas na Hungria
No entanto, recuperou uma posição e ficou em terceiro graças à sua reação precoce. Bagnaia e Martín mostraram por que foram os últimos campeões do mundo: o italiano fez um grande arranque que lhe permitiu ser sétimo em alguns momentos e o madrileno desafiou a lógica para ficar em sexto.
A corrida esteve longe de ser calma e provocou vários acidentes: o mais novo dos Márquez, Mir, Miller, Aldeguer, Zarco, Raúl e Bastianini beijaram o asfalto. O caso mais preocupante foi, sem dúvida, o deste último. Embora sem consequências para a saúde, o piloto da Red Bull KTM Factory Racing cruzou o asfalto ao nível do chão, enquanto os seus rivais passavam a poucos centímetros dele. O que poderia ter sido uma tragédia ficou apenas numa bandeira amarela provisória.
A 22 voltas do final, o líder do Mundial ultrapassou Morbidelli, uma manobra que foi depois repetida por Acosta. Entretanto, o duelo de frente a frente na cabeça da grelha deixou vários episódios muito atrativos que fizeram vibrar o público. Apesar da incansável resistência de Bezzecchi, o 93 acabou por se impor pouco antes do meio da corrida. E lá ficou.
Enquanto o detentor do título (nono atrás de Espargaró) se resignava a cumprir uma long lap penalty, Álex entrava na zona de pontos e Jorge assinava a grande recuperação da tarde depois de ultrapassar o referido Franco na reta final da corrida. Menos feliz ficou Fermín, que lamentou a sua queda inoportuna numa jornada das mais gratificantes para o seu compatriota, o Tubarão de Mazarrón, que conquistou uma honrosa prata no seu melhor resultado da temporada.