Depois de igualar o recorde de 11 vitórias seguidas, as últimas seis conquistadas pelo neerlandês de 25 anos, a Red Bull pode ultrapassar a marca de 1988 da McLaren se conseguir triunfar novamente na Hungria, no final do mês - com ou sem Sergio Perez no outro carro.
A AFP Sport analisa três coisas que aprendemos num fim de semana intrigante, se não dramático, em Silverstone:
Pérez tem de recuperar para manter o lugar
Depois de falhar a Q3 pela quinta vez consecutiva, o lugar de Pérez na Red Bull está sob ameaça, numa altura em que os campeões tentam alcançar o segundo título consecutivo de construtores.
Durante o fim de semana, Verstappen deixou várias dicas acerca de uma possível mudança que estaria em andamento, sugerindo que é ele que mestá a fazer o trabalho sério e elogiando o talento de Daniel Ricciardo.
O australiano está a meio de um ano fora das corridas, conhece bem a equipa como antigo piloto e está ansioso por regressar na próxima época. Para Pérez, incovenientemente, o australiano dá-se muito bem com o neerlandês.
Em declarações antes de conquistar a 43.ª vitória da carreira no domingo, Verstappen observou com ironia: "Obviamente, também estamos a lutar pelo campeonato de construtores, mas acho que vou ter que fazer isso neste momento..."
Questionado sobre Ricciardo, disse: "O Daniel está a fazer um bom trabalho no simulador, o que não me surpreende porque ele não perdeu o seu talento. Acho que se sente confortável connosco".
Após a corrida de domingo, Max apontou que, por enquanto, a Red Bull está aparentemente sem rival à altura, permitindo que Pérez mantenha o lugar e a corrida pelo título.
O segundo lugar de Lando Norris para a McLaren, à frente do sete vezes campeão Lewis Hamilton, da Mercedes, representou um novo piloto e uma nova equipa no segundo lugar num cenário em constante mutação, em que a Ferrari, Aston Martin e Mercedes são considerados os principais adversários.
"É muito confuso para mim porque em cada fim de semana de corrida há outra pessoa", disse Verstappen após a oitava vitória este ano. "Acho que é porque está tão apertado atrás (na grelha) que se conseguires ter o carro melhor numa certa janela de tempo, ele funciona melhor numa pista específica".
"Então, para mim, eu não sei o que vai acontecer na Hungria para ser honesto, quem vai ser rápido ou o segundo mais rápido, mas o fator estável até agora é que a cada fim de semana, parece que estamos no topo, o que, claro, é o mais importante...", apontou.
Verstappen tornou-se o quinto piloto a vencer seis corridas consecutivas, juntando-se a Alberto Ascari, Michael Schumacher, Sebastian Vettel e Nico Rosberg num exclusivo Hall of Fame.
Mercedes preparada para abandonar "diva" e concentrar-se em 2024
O chefe da equipa, Toto Wolff, deixou claro no rescaldo da corrida de domingo que a Mercedes está pronta para abandonar o desenvolvimento da mais recente "diva" e concentrar-se no carro do próximo ano.
O responsável disse que a equipa estava desapontada com o resultado - Hamilton em terceiro e George Russell em quinto - e comparou o atual carro, W14, com a máquina de 2017, que foi rotulada como "uma diva" pela natureza precoce.
"Pensei que Silverstone era a melhor oportunidade, mas não foi. Por isso, talvez haja outra pista onde tenhamos a melhor hipótese, porque as características deste carro mudaram. Acredito sempre que podemos vencer o Max com um bom grupo de pessoas e os melhores pilotos. Só temos de lhes dar um carro que seja mais previsível e não o 'Diva 2', que é muito mais complicado do que o primeiro!", afirmou.
Wolff acrescentou que a equipa vai passar a concentrar-se no seu novo carro "muito em breve", depois da McLaren, cliente que usa o mesmo motor, ter superado o seu desempenho.
Recuperação da McLaren indica que rivais têm dificuldade no desenvolvimento
A recuperação da McLaren depois de um desapontante início de temporada aconteceu depois de uma grande mudança na equipa dentro e fora de pista - e deu sinais de que têm ritmo para bater a Ferrari, Aston Martin e Alpine em alguns circuitos.
A Williams também voltou a brilhar, oferecendo uma breve janela para reviver os dias de glória, mas a Ferrari atravessou mais um fim de semana miserável, em grande parte devido a problemas auto-infligidos, que sugerem que ainda não há perspetivas para um renascimento e uma luta pelo título a curto-prazo. Já passou mais de um ano desde a última vitória da Scuderia, por intermédio de Charles Leclerc na Áustria.