Carlos Sainz (62 anos) vai participar no Dakar pela 18.ª vez e vai fazê-lo como quatro vezes vencedor de uma corrida absolutamente mítica. Em todos estes anos, o espanhol viveu muitas situações: "Bem, as recordações são muitas, boas e más, porque o Dakar já passou por todas as cores: houve Dakars muito bons, Dakars maus, outros em que não aguentei muito tempo, Dakars que estava a ganhar e depois perdi, acidentes.... Há algo para toda a gente", afirma.
"Há muitas pequenas batalhas ao longo da minha carreira, não só no Dakar, mas também no Campeonato do Mundo de Ralis. Mas depende das circunstâncias, porque há anedotas... Penso que cada uma tem o seu momento para contar e a sua razão. O importante das anedotas é que têm de servir para explicar alguma coisa, para tentar motivar alguém. Não é fácil porque há muitas anedotas, mas espero lembrar-me o suficiente para lhe contar", acrescentou, quando questionado sobre a história que contaria ao seu neto recém-nascido.
El Matador volta a correr com a Ford, a marca com a qual se estreou no Campeonato do Mundo de Ralis, e está consciente de que não será fácil: "Tenho a motivação, tenho a equipa, tenho o esforço que foi feito para preparar este carro? Temos tudo. Agora, também sabemos que o primeiro ano de um carro no Dakar não é fácil. Por mais testes que se faça, por mais testes que se faça... e é isso que temos contra nós", afirmou.
O espanhol também lamentou o calendário estabelecido pelos organizadores: "Claro que, se tivéssemos podido conceber um Dakar e me tivessem pedido, não teria colocado a etapa de 48 horas na segunda e não teria colocado a etapa maratona na primeira semana. Isso não ajuda quem se está a estrear", afirmou.
Por fim, apreciou a experiência de conduzir um carro de Fórmula 1 na despedida do filho com a Ferrari: "É incrível, é difícil de descrever. Um verdadeiro foguete. Um carro de Fórmula 1 é impressionante em todos os sentidos: a aceleração, a travagem, as curvas. É realmente uma experiência que não pode ser explicada. É por isso que tiro o meu chapéu a todos os pilotos de Fórmula 1. Tenho um respeito total pelo que fazem e pela forma como o fazem", afirmou.