Próxima edição do Dakar terá um percurso "complicado" de 8.000 km

Dakar prepara-se para uma nova edição
Dakar prepara-se para uma nova ediçãoMARCELO MARAGNI / RED BULL CONTENT POOL / RED BULL CONTENT POOL VIA AFP

A 48.ª edição do rali Dakar apresenta um percurso "complicado", a ser completado entre 3 e 17 de janeiro no deserto da Arábia Saudita, segundo revelou esta quinta-feira a organização da mítica prova.

Na edição de 2026, 812 participantes (325 veículos, incluindo 118 motos) vão competir no rally raid mais famoso, num traçado de 8.000 km, dos quais 4.900 são setores cronometrados, distribuídos por 13 etapas.

"Será um Dakar que promete ser complicado", explicou o diretor da prova, David Castera. Este ano, os organizadores procuraram um "equilíbrio na elaboração do itinerário, mantendo o nível de dificuldade intacto", indicou.

O Dakar terá início e fim em Yanbu, junto ao mar Vermelho, no oeste do país.

Entretanto, os pilotos vão enfrentar pistas rápidas alternadas com troços de areia ou pedra, extensos cordões de dunas e duas etapas maratona (4-5 e 9-10), com uma noite em acampamento-refúgio.

Tal como em 2025, o percurso destas etapas será separado para os veículos FIM (motos) e FIA (carros e camiões).

A sexta etapa, a mais longa, com 920 km, incluindo uma especial "100% areia e dunas" de 331 km, realiza-se antes do dia de descanso em Riade, a 10 de janeiro.

No regresso, a segunda etapa maratona está marcada logo após a jornada de reinício de Riade para Wadi ad-Dawasir (sétima, 876 km).

Regressam Sainz e Loeb

Yazeed Al Rajhi, o primeiro saudita a vencer o rali, em casa em 2025 com o seu Toyota-Overdrive, vai defender o título frente ao sul-africano Henk Lategan (Toyota Gazoo), segundo classificado no ano passado.

O pentacampeão do Dakar, o catariano Nasser al-Attiyah (quarto em 2025 com Dacia), está de volta, tal como o espanhol Carlos Sainz (quatro vitórias, a última em 2024), que abandonou na segunda etapa após o acidente do seu Ford Raptor no ano passado.

A lenda francesa dos ralis Sébastien Loeb (Dacia), também forçado a desistir no ano passado, vai tentar finalmente vencer o Dakar na sua 10.ª participação.

Após um ano de "pausa", o francês Stéphane Peterhansel, apelidado de "Mr. Dakar" pelo seu recorde de vitórias (14, seis delas em moto), regressa igualmente. Na sua 37.ª participação, aos 60 anos, vai competir na categoria Stock (veículo de série melhorado) com um Land Rover Defender.

Nas motos, o australiano Daniel Sanders (KTM), campeão em título, terá um grande desafio frente às Honda do francês Adrien van Beveren (terceiro no ano passado) e do norte-americano Ricky Brabec, vencedor em 2024.

Depois do Sahel e da América do Sul, o Dakar escolheu em 2020 a Arábia Saudita como palco. Esta decisão gerou polémica devido às falhas do reino ultraconservador em matéria de direitos humanos, embora a monarquia petrolífera tenha lançado nos últimos anos um vasto programa de reformas económicas e sociais.