Bernardo Viana também disse à Reuters que os advogados concordaram em dar à Fórmula 1 e à entidade que rege o desporto, a FIA, até meados de outubro para responderem a uma carta de reclamação que lhes foi enviada a 15 de agosto. A equipa jurídica tinha inicialmente estabelecido sexta-feira como data limite.
"A bola está do lado deles, estamos a aguardar a resposta", disse Viana, sócio do escritório de advogados Vieira Rezende Advogados. "Eles pediram mais tempo, até meados de outubro, e de boa fé concordámos com isso".
O ex-piloto da Ferrari, Massa, agora com 42 anos, iniciou a ação legal por causa de uma suposta "conspiração" que, segundo ele, o privou do título, e prometeu "lutar até o fim" para ser nomeado campeão mundial.
O britânicoHamilton, sete vezes campeão do mundo, conquistou esse título, o seu primeiro, por um único ponto, num ano que se tornou notório depois de o piloto da Renault Nelson Piquet Jr ter revelado, em 2009, que os chefes de equipa lhe tinham dito para se despistar deliberadamente no Grande Prémio de Singapura.
Massa, que se retirou em 2017, liderava em Singapura quando o compatriota Piquet embateu com o seu Renault no muro na 14.ª volta da corrida de 61 voltas.
O acidente provocou um safety car que beneficiou o companheiro de equipa Fernando Alonso, que venceu a corrida, enquanto Massa não conseguiu pontuar após uma paragem errada nas boxes. Massa alega agora que os pontos dessa corrida deviam ter sido anulados porque os responsáveis desportivos sabiam antes do final da época o que tinha acontecido, mas encobriram o sucedido.
Querem que Hamilton apoie Massa
Os seus advogados querem que Hamilton, que na altura corria pela McLaren, apoie as alegações.
"Ele é um importante embaixador do desporto e sempre defendeu a integridade desportiva. É cidadão brasileiro honorário e muito querido pelos brasileiros, por isso espero que ele nos apoie", disse Viana, que acrescentou que "não temos absolutamente nada contra Hamilton".
O britânico, que agora pilota para a Mercedes, disse que não estava focado em algo que aconteceu há 15 anos.
Massa procurou aconselhamento jurídico depois de o antigo presidente da F1, Bernie Ecclestone, ter dito a um site alemão, em março, que ele e o antigo presidente da FIA, Max Mosley, tinham conhecimento, em 2008, de que Piquet se tinha despistado deliberadamente.
Mosley, que trabalhou em estreita colaboração com Ecclestone, morreu em 2021, enquanto o diretor de corridas da FIA, Charlie Whiting, outra figura-chave, faleceu em 2019.
Apesar disso, Viana disse que a equipa jurídica de Massa estava confiante de que tinha um caso forte e provas suficientes para levar o brasileiro ao título.
Eles estão dispostos a lutar o tempo que for necessário, disse Viana, acrescentando que o caso envolve não apenas a Grã-Bretanha, mas "várias jurisdições".
Os conselheiros de Massa também incluem o advogado de direito desportivo Nick de Marco, que disse numa declaração escrita à Reuters que o seu caso "levanta uma série de questões jurídicas muito importantes e interessantes, bem como questões fundamentais de integridade desportiva".
"Estou certo de que será de grande interesse não só para todos os adeptos do automobilismo, mas também para todos os interessados na equidade das competições desportivas", acrescentou.