O diretor executivo da corretora de seguros RE Lee International disse à Reuters que está a considerar apoiar uma proposta de entrada em 2026 e que o financiamente não seria o maior problema.
Apesar de não identificar as equipas em questão, Lo excluiu o envolvimento no plano de Andretti Cadillac e noutro Grande Prémio Hitech.
"A parte financeira, acreditem ou não, não é o meu maior problema. É, na verdade, juntar todo o conhecimento... Os mecânicos, a equipa toda como uma unidade. Por isso, para já, há algumas oportunidades a surgir e estamos em conversações sérias com algumas equipas", explicou.
Para além disso, o bilionário de Hong Kong assegurou que as ligações à Williams também não constituiriam qualquer entrave.
O órgão directivo da Fórmula 1 procurou propostas de potenciais novas equipas com um prazo provisoriamente fixado para 30 de abril, mas Lo indicou que o mesmo foi adiado para maio.
A Fórmula 1 tem 10 equipas e está limitada a um máximo de 12 para a temporada de 2025. A modalidade terá uma nova unidade de potência a partir de 2026.
Lo adiantou ainda que uma das potenciais equipas com que está a falar já concorreu e que outra está "a avançar". "Estou à espera, a ver os relatórios, a olhar para os números e a garantir que tudo parece bem a longo prazo", sustentou.
Qualquer nova equipa que pretenda integrar a grelha da Fórmula 1 tem de investir 200 milhões de dólares (mais de 180 milhões de euros), valor que será distribuído pelas scuderias já inscritas como compensação pela diluição das suas percentagens de receita.
Algumas equipas defendem que o investimento de entrada deve ser substancialmente maior, refletindo assim o crescimento do desporto em termos de popularidade e valor, mesmo numa altura em que equipas outrora frágeis operam como franchises sustentáveis.
Lo sublinhou ainda não poder detalhar o seu envolvimento com a Williams, que foi comprada pela empresa de investimento privado Dorilton Capital, sediada nos Estados Unidos, em 2020.
"Posso dizer que há envolvimento através de empresas de investimento que investem em parceria na equipa. Acho que é o máximo que posso revelar, especialmente agora, por estarmos... possivelmente a licitar uma nova equipa para 2026".
Foco na Ásia
O multimilionário apontou ainda que a Fórmula 1 tem estado "muito focada nos Estados Unidos" e que deve prestar mais atenção à Ásia pelo seu potencial.
"Acho que há muitas mais partes interessadas, investidores, na Ásia, que querem entrar neste desporto. Mais do que podíamos imaginar", afiançou, dando conta também do interesse de fabricantes automóveis no Japão, Coreia do Sul e China.
"Tenho a sorte de poder conhecer muitos deles e eles sondaram e expressaram o seu interesse em se envolverem. Por isso, um consórcio pode juntar os recursos", acrescentou, em alusão a esses investidores que não identificou.
A Fórmula 1 terá três Grandes Prémios nos Estados Unidos este ano, incluindo uma nova sessão noturna em Las Vegas, enquanto a prova na China foi cancelada pelo quarto ano consecutivo devido às medidas aplicadas em torno da pandemia de COVID-19.
Singapura e Japão são dois locais que recebem a competição, ao passo que a Coreia do Sul e a Malásia saíram do calendário, que também não conta com uma corrida no Vietname, que chegou a ser cogitada.
Lo avançou ainda a possibilidade de criação de uma academia no sudoeste asiático, talvez até em Hong Kong, para promover o treino de ativos para uma carreira nas várias áreas da modalidade.
"Gostaria de ver a Fórmula 1 mais envolvida na Ásia, com mais talento asiático, não só nos pilotos mas também no background", sustentou.