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Fórmula 1: Chefe da Red Bull Mekies diz que alteração de regulamentos será desafiante

Mekies na Web Summit em Lisboa
Mekies na Web Summit em LisboaMIGUEL REIS / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

O chefe de equipa da Red Bull na Fórmula 1, Laurent Mekies, assumiu esta terça-feira que a alteração de regulamentos para a próxima temporada e a estreia da própria unidade de potência serão desafios “totalmente diferentes”.

A próxima temporada vai ser um desafio totalmente diferente, devido aos novos regulamentos para os monolugares. Não estamos contentes com o desempenho do carro na primeira metade deste ano, mas não poderíamos simplesmente virar a página e esperar que tudo fosse melhor na época seguinte. Focámo-nos no que não estava a funcionar e, felizmente, conseguimos ter esta reviravolta. Ganhámos confiança nas nossas ferramentas e metodologias”, expressou o diretor executivo.

Durante um painel da Web Summit, em Lisboa, sob o tema “Velocidade conhece confiança: a próxima era na vantagem competitiva”, Laurent Mekies abordou a sua chegada à Red Bull, substituindo a meio desta época o britânico Christian Horner, e explicou o que representa na equipa poder desenvolver a própria unidade motriz.

Na próxima época, pela primeira vez, vamos desenhar e produzir o nosso próprio motor, em parceria com a Ford. É uma grande aventura e decidimos criar isto do zero. Vamos fazê-lo contra equipas que fazem isto há 90 anos. Seríamos parvos se pensássemos que vamos ter de imediato o nível certo. Tem um risco elevado, mas terá ganhos ainda maiores. Estamos conscientes de que temos as melhores pessoas e parceiros para nos dar margem competitiva”, apontou Laurent Mekies.

O francês, de 48 anos, considerou “impossível” dizer quem sairá mais beneficiado com as alterações dos regulamentos para 2026, prevendo que se irão atirar as 10 equipas “para o desconhecido”, sendo “difícil” dizer que a classificação será igual.

Também presente na Web Summit, num outro painel, intitulado “Velocidade, visão e valor da marca”, esteve o chefe de equipa da Mercedes, Toto Wolff, que explicou a sua função de “tradutor” entre os engenheiros e os pilotos da equipa que lidera.

A Fórmula 1 é um negócio de engenharia, com um humano no carro, para grande irritação dos engenheiros. Eles dizem que a maior fraqueza do carro senta-se atrás do volante e motor, porque não se consegue moldar o piloto. Muitas vezes, o piloto diz que o carro tem falhas e os engenheiros pensam que não. Temos cerca de 200 engenheiros a trabalhar para dois carros. Se estou numa situação em que tenho de decidir em quem confio mais, confio sempre naquele que foi mais caro”, atirou.

O austríaco, de 53 anos, considerou ser necessário olhar sempre para inovações e tecnologias novas, de forma a bater a concorrência, recordou a polémica derrota de 2021, em Abu Dhabi, realçou a sua preocupação com a manutenção da própria saúde mental e a necessidade de manter os valores da Mercedes no seu trabalho.

A Mercedes está entre as 10 marcas mais valiosas do mundo. Em tudo o que nós fazemos, precisamos de proteger e manter os valores da marca. Desde os meus primeiros dias, tenho de pensar no que a Mercedes pensa, e não no que eu penso. Isso ajuda a manter-me próximo dos valores da marca. Temos de planear a longo prazo e dar à próxima geração condições, dizendo que fiz a minha parte na história da Mercedes no desporto motorizado”, ressalvou Toto Wolff, no cargo desde 2013.