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Fórmula 1 em foco: Norris afasta fantasmas do Brasil enquanto Verstappen volta a brilhar

Lando Norris com o troféu de vencedor
Lando Norris com o troféu de vencedorDPPI / PsnewZ / Bestimage / Profimedia / Flashscore

No mundo frenético da Fórmula 1 há sempre muito para discutir, e Finley Crebolder, do Flashscore, partilha as suas opiniões sobre os temas mais quentes do paddock nesta coluna regular.

O Grande Prémio do Brasil nunca desilude, pois não?

A edição deste ano pode não ter sido tão caótica como algumas anteriores, com menos chuva e menos acidentes, mas graças a algumas prestações verdadeiramente notáveis, foi emocionante na mesma.

Como tantas vezes acontece nas corridas em Interlagos, esta pode também ser recordada como decisiva para a temporada, com a perfeição de Lando Norris e mais um fim de semana desapontante de Oscar Piastri a dar ao britânico uma vantagem de 24 pontos no campeonato, faltando apenas três corridas.

Eis os principais destaques a retirar da prova.

Norris afasta os fantasmas brasileiros

As semelhanças eram impossíveis de ignorar. Tal como no ano passado, Lando Norris partia da pole position no Grande Prémio do Brasil, com o seu rival ao título, Max Verstappen, no fundo da grelha, dando ao britânico a oportunidade de dar um passo gigante rumo ao título mundial.

Desta vez, Norris aproveitou mesmo essa oportunidade.

Há um ano, foi completamente ofuscado pelo brilhantismo de Verstappen, com vários erros e caindo na classificação enquanto o neerlandês vencia sem contestação.

Agora, Verstappen voltou a ser incrível, mas Norris esteve irrepreensível, sem cometer erros e sem mostrar qualquer sinal de nervosismo. O contraste não podia ser mais evidente.

Foi assim em todas as sessões importantes antes da corrida principal, com o McLaren a vencer também a sprint e a garantir a pole position para ambas as provas. Norris conduziu como um verdadeiro campeão mundial durante todo o fim de semana e está agora muito perto de o ser.

Quando estava atrás de Piastri no início da temporada, parecia que o Grande Prémio do Brasil de 2024 poderia vir a simbolizar a carreira de Norris nos próximos anos, a de um piloto talentoso que simplesmente não conseguia superar os melhores nos momentos decisivos. 

Agora, esta edição tem tudo para ficar na memória, por confirmar que ele tem mesmo o que é preciso.

Verstappen volta a fazer das suas

O facto de Norris ter tido de manter o ritmo e a calma do início ao fim no domingo é prova de mais uma atuação sensacional de Verstappen em São Paulo.

Na verdade, embora tenha terminado duas posições abaixo, a prestação deste ano pode até ter sido superior à do ano passado, se é que isso é possível.

Desta vez, começou na via das boxes em vez de em 17.º; não foi beneficiado pela chuva, bandeiras vermelhas ou erros dos outros como em 2024; e ainda teve de lidar com um furo. Mesmo assim, terminou confortavelmente no pódio. Impressionante.

Para a maioria dos pilotos, seria de longe a melhor exibição da carreira, mas Verstappen já conseguiu outras duas atuações deste nível só em Interlagos, depois dos seus recitais em 2016 e no ano passado.

As coisas podem tornar-se um pouco monótonas quando há um piloto tão superior aos restantes e não há um carro mais rápido para equilibrar, mas dias como estes justificam tudo.

O verdadeiro Kimi regressa em grande

Depois de a Mercedes confirmar que Kimi Antonelli vai continuar na equipa em 2026, o chefe Toto Wolff afirmou: "Vamos ver o verdadeiro Kimi no próximo ano". Afinal, foi até demasiado cauteloso na previsão.

Apesar de alguns momentos de brilho, Antonelli ainda não tinha feito o suficiente nas suas primeiras 20 corridas na F1 para justificar comparações com Verstappen, mas no Brasil conseguiu, terminando atrás apenas de Norris em ambas as sessões de qualificação e nas duas corridas.

É um feito notável para quem tem como colega de equipa George Russell. Como já referi nesta coluna, colocaria Russell apenas atrás de Verstappen e Charles Leclerc numa hierarquia dos pilotos do pelotão, por isso superá-lo em quatro sessões importantes consecutivas no mesmo carro é digno de nota.

Também é impressionante manter a calma e resistir a Verstappen quando o neerlandês está a realizar uma das melhores corridas que o desporto já viu. Poucos jovens de 19 anos conseguem lidar com a pressão como Antonelli fez ao manter o Red Bull atrás nas fases finais.

É evidente que o italiano ainda não está totalmente formado, mas já é suficientemente bom para protagonizar um fim de semana destes. Isso só faz pensar até onde pode chegar, e com uma época de estreia já feita e um carro melhor em 2026, talvez não demore muito a sabermos.

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AutorFlashscore