O antigo chefe da Ferrari, Luca di Montezemolo, contrataria Max Verstappen sem hesitar, caso ainda estivesse à frente da equipa italiana de Fórmula 1 e tivesse liberdade total para escolher os pilotos.
Falando após a estreia em Londres, na noite de quinta-feira, de Luca: Seeing Red, um documentário sobre a sua vida e carreira, o italiano de 78 anos não teve dúvidas ao falar sobre o tetracampeão mundial da Red Bull.
"Hoje, tenho de dizer que, para mim, Verstappen é de longe o número um", afirmou o italiano:"Mesmo na última corrida em Baku, com condições difíceis, ele nunca perdeu o controlo. Foi sempre rápido. Não comete erros. (Carlos) Sainz e (Charles) Leclerc formaram uma dupla muito boa na Ferrari. Mas, sem dúvida, Verstappen é, na minha opinião, o melhor. De longe."
Hamilton e Vasseur não foram mencionados
Montezemolo não citou o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, substituto de Sainz ao lado de Leclerc, que ainda não subiu ao pódio pela nova equipa — ao contrário de Sainz, que foi terceiro pela Williams em Baku no último domingo, enquanto Verstappen venceu.
Também não fez referência ao atual chefe, Fred Vasseur.
"Se amanhã de manhã eu fosse obrigado a voltar a trabalhar na Ferrari, em uma semana teria claro na minha cabeça quem colocar em cada posição", disse Montezemolo, destacando a importância do trabalho em equipa.
Montezemolo deixou a Ferrari em 2014 - 40 anos depois de Enzo Ferrari ter nomeado o jovem e bem relacionado advogado como diretor desportivo da equipa de Fórmula 1.
Durante o tempo em Maranello, liderou um período dourado com nomes como Niki Lauda e Michael Schumacher, tornando a Ferrari a equipa mais bem-sucedida de todos os tempos.
No filme, Manish Pandey, produtor do premiado documentário 'Senna' de 2010, relata como o tricampeão mundial brasileiro Ayrton Senna visitou sua casa nos arredores de Bolonha, dias antes de morrer em Imola, em 1994. Segundo ele, Senna disse que queria correr pela Ferrari. Se isso tivesse acontecido, acrescentou Montezemolo, a Ferrari não teria contratado Schumacher e a história da Fórmula 1 teria sido muito diferente.
A exibição de quinta-feira contou com a presença de antigos chefes da Ferrari, como Stefano Domenicali, atualmente responsável pela Fórmula 1, Mattia Binotto e Andrea Stella — líderes da Sauber/Audi e da campeã McLaren.
Adrian Newey, rival da Ferrari como projetista campeão por Williams, McLaren e Red Bull de Verstappen, estava na plateia ao lado do proprietário da Aston Martin e atual empregador Lawrence Stroll, além do antigo dirigente máximo da F1, Bernie Ecclestone.
"Estou feliz agora por Binotto... ele está a investir no futuro com um jovem piloto brasileiro promissor (Gabriel Bortoleto), olhando para a frente", disse Montezemolo.
O italiano afirmou que continua a assistir todas as corridas, normalmente sozinho, e que já destruiu duas televisões de raiva ao longo dos anos.