Desde 2023, na prestigiada cadeira de chefe da Ferrari na Fórmula 1, Frédéric Vasseur viu o seu contrato com a Scuderia ser prolongado para "as próximas temporadas", uma demonstração da confiança depositada nele pela Scuderia, que, no entanto, por enquanto atravessa uma temporada sem brilho.
Os pilotos acreditavam nisso, a imprensa italiana muito menos. Fred Vasseur renovou o seu contrato à frente da Ferrari na quinta-feira, pouco antes do Grande Prémio da Hungria que se disputa este fim de semana.
O anúncio põe fim a semanas de especulações sobre o futuro do diretor francês de 57 anos. "Não é realmente uma surpresa", reagiu de imediato o piloto monegasco Charles Leclerc, que se declarou "realmente feliz" depois de semanas de rumores "como sempre" quando se trata da Ferrari.
É preciso dizer que a célebre Scuderia desperta uma paixão como nenhuma outra equipa no paddock, apoiada por uma maré vermelha de tifosi.
"O que é muito difícil na Ferrari é que a emoção é parte integrante do trabalho diário", recorda Leclerc, "e é isso que a torna tão especial".
A seca
Ao chegar ao comando da Ferrari no início de 2023, Vasseur cultivou desde o início a esperança de devolver à escuderia mais laureada da história da Fórmula 1 a sua antiga glória. O seu último título, na categoria de construtores, data de 2008 - e 2007 em pilotos com Kimi Räikkönen.
Se a equipa do "Cavalo Rampante" tocou com os dedos a coroa mundial no ano passado, lutando até ao último GP da temporada com a McLaren pelo título de construtores, este ano as coisas parecem estar um pouco mais complicadas.
Segunda no campeonato, perseguida pela Mercedes e muito distante da McLaren, a Ferrari é a única escuderia do Top 4 que ainda não venceu nenhum GP em 2025, apesar de cinco pódios em 13 corridas.
As expectativas dos tifosi, já altas, só aumentaram com a chegada, em janeiro, do sete vezes campeão mundial Lewis Hamilton, que se concretizou graças à relação que mantém há 20 anos com Vasseur.
"Quando começámos a temporada, todos pensavam que íamos ganhar o campeonato, mas infelizmente não foi assim", explicou Leclerc na quinta-feira: "Depois, começaram a circular rumores e tomaram proporções maiores do que gostaríamos, são coisas que não podemos controlar".
Nova era em 2026
Em dois anos e meio, Vasseur conseguiu impor o seu método em Maranello, a sede histórica da marca italiana, reestruturando amplamente as suas fileiras.
"Onde ele fez a maior diferença é na sua visão global das coisas", segundo Leclerc, na Ferrari desde 2019.
"Fred sempre soube manter a calma para ajudar a equipa a ser um pouco mais lógica. É preciso reconhecer o que foi alcançado", destacou o CEO da Ferrari, Benedetto Vigna: "Esta decisão reflete a nossa confiança na liderança de Fred, uma confiança baseada numa ambição comum, expectativas mútuas e responsabilidades claras".
Para o diário italiano Il Fatto Quotidiano, a mensagem é clara: foi privilegiada a continuidade, não é necessária nenhuma mudança radical nem outra mudança para alcançar a vitória. O contrato do francês originalmente terminava no final do ano.
Mas com esta extensão, a famosa marca italiana optou pela estabilidade, que muitos consideram "evidente", a poucos meses da grande mudança que a F1 vai experimentar, com a chegada de um novo regulamento técnico prevista para 2026 que poderá alterar o equilíbrio de poder entre as equipas.