O líder do campeonato australiano ainda pode contar com muito apoio como piloto da McLaren, mas grande parte do público, e certamente os 10.000 presentes na "Landostand" de Silverstone, com lotação esgotada, estarão a torcer mais pelo companheiro de equipa britânico Lando Norris.
Norris venceu o Grande Prémio caseiro de Piastri em Melbourne em março, um incentivo adicional para o australiano em Silverstone, e a dupla está a transformar a época numa disputa entre dois pilotos à medida que a campanha chega a meio.
Piastri está à procura da sexta vitória em 12 corridas, enquanto Norris chega da Áustria em alta depois de dominar todas as sessões de treinos em que participou, fazendo a pole por uma grande margem e segurando o seu companheiro de equipa para vencer.
Os dois estão separados por 15 pontos, com o atual tetracampeão mundial da Red Bull Max Verstappen em terceiro lugar na classificação geral, mas agora a 61 pontos da liderança, após a primeira desistência da temporada na pista de Spielberg, casa da sua equipa.
"O meu fim de semana preferido do ano", disse Norris, que ainda não conseguiu duas vitórias consecutivas: "Já é um circuito especial, mas ter a minha família, os meus amigos, os adeptos da casa e muitos membros da equipa a apoiar-nos leva-o a outro nível. Vou tentar acenar aos fãs quando passar por lá."
Piastri recordou que, ainda não há muito tempo, os adeptos cantaram o seu nome em Silverstone.
"Não sei se voltarei a ter isso, mas eles sempre me aceitaram muito bem. Corro por uma equipa britânica. Espero que haja mais fãs do Lando do que de mim, mas é justo", disse.
Hamilton, o herói da casa
Se o apoio de Norris é forte, então Lewis Hamilton, da Ferrari, será sempre o grande favorito sentimental.
As duas últimas corridas foram ganhas por pilotos britânicos - George Russell pela Mercedes no Canadá e depois Norris no último fim de semana. Será que Hamilton pode chegar à terceira vitória e levar o público à loucura? O piloto de 40 anos venceu com a Mercedes no ano passado pela nona vez, um recorde, e aumentar essa contagem para dois dígitos, naquela que será a sua primeira aparição em casa com as cores vermelhas da equipa italiana, seria algo especial.
A Ferrari é a única equipa entre as quatro primeiras sem uma vitória esta época, para além do sucesso de Hamilton no sprint de Xangai, e o sete vezes campeão do mundo ainda não subiu ao pódio pelos seus novos empregadores.
Ele também passou 13 corridas sem terminar entre os três primeiros, um recorde na carreira.
Pelo lado positivo, a Ferrari foi a segunda mais rápida na Áustria, com Charles Leclerc em terceiro e Hamilton em quarto, e um novo piso parece estar a fazer o que era suposto fazer. Hamilton normalmente consegue produzir algo especial em Silverstone, que desta vez vai receber um recorde de meio milhão de fãs durante os quatro dias. No ano passado, ele apareceu depois de 52 corridas sem vencer e conquistou um dos triunfos mais emocionantes da sua extraordinária carreira.
Russell, na pole como colega de equipa de Hamilton no ano passado, também tem fortes hipóteses - especialmente se as temperaturas arrefecerem - e estará ansioso por recuperar de um fim de semana difícil na Áustria.
Entretanto, o estreante italiano Kimi Antonelli, por sua vez, carrega uma penalização de três lugares na grelha vinda da Áustria.
O quarto piloto britânico, Oliver Bearman na Haas, terá como objetivo os pontos, enquanto o mesmo se aplica ao tailandês de origem britânica Alex Albon na Williams.