A procissão anual de domingo pelas ruas de Monte Carlo ofereceu 78 voltas sem ultrapassagens e os pilotos, confrontados com o novo desafio de uma segunda paragem obrigatória nas boxes, conduziram de forma tática para marcar pontos.
O Mónaco nunca foi um local propício a ultrapassagens, com uma pista anacronicamente estreita e sinuosa que oferece pouca ou nenhuma oportunidade para os carros maiores e mais pesados de hoje em dia e a mais lenta do calendário das 24 corridas.
Não faltaram sugestões para animar a corrida sem a tornar demasiado artificial. Desde o minimalismo - abraçar o Mónaco tal como ele é e desfrutar da atmosfera - até à remodelação da pista ou à modificação dos carros.
"Definitivamente, temos de pensar qual é a solução aqui no Mónaco", disse George Russell, da Mercedes, depois de uma tarde frustrante em que seguiu Alex Albon e Carlos Sainz, da Williams, sem conseguir ultrapassá-los.
"Estou grato por ter tentado algo este ano com as duas paragens. Claramente não funcionou de todo".
Russell mencionou uma competição de qualificação - uma no sábado e outra no domingo, com pontos para ambas - como uma alternativa a tentar fazer uma corrida, uma medida que sem dúvida ofenderia os puristas.
"Penso que é isso que mais gostariam de ver", disse. "E 99% do resto das pessoas no Mónaco estão aqui a beber champanhe no iate, por isso não se importam".
Mais críticas
O chefe da Red Bull, Christian Horner, referiu-se às mudanças que o porto tem sofrido ao longo dos anos - a construção de edifícios e a remoção de terra do mar - e sentiu que tinha chegado o momento de modificar um traçado que foi usado pela primeira vez em 1929.
"Penso que, em última análise, tudo tem de acompanhar os tempos, não é?", afirmou.
"É um circuito icónico e histórico que, se olharmos para a forma como o Mónaco mudou e para a quantidade de terreno que ganharam ao mar nas 72 corridas que se realizaram, não acho que seja necessário fazer muito. Só tem de haver uma zona onde se possa ultrapassar".
O chefe de equipa da Mercedes, Toto Wolff, disse que talvez fosse possível encontrar uma solução fazendo um ajuste nos regulamentos, em vez de pedir ao Mónaco para mudar.
"É um grande espetáculo. Tivemos bancadas cheias. Há espetadores por todo o lado nos terraços e nos barcos. Muito espetáculo, jantar e jantar", disse o austríaco.
"Sábado é o dia em que o desporto ganha vida. No domingo tentámos algo, mas não funcionou e talvez para o próximo ano tenhamos de encontrar alguns regulamentos que definam um tempo máximo por volta, para que este contratempo não aconteça".
"Para o desporto, para os domingos em si, podemos fazer melhor e podemos encontrar algo", finalizou.