Fórmula 1: Ser companheiro de equipa de Fernando Alonso é calvário garantido

Miguel Baeza

Fernando Alonso (E) e o companheiro de equipa na Aston Martin, Lance Stroll (D)FLORENT GOODEN / Florent Gooden / DPPI via AFP

Em 22 temporadas na Fórmula 1, o piloto asturiano nunca perdeu o duelo particular (no cômputo global de corridas terminadas por ambos no confronto direto) com os 14 companheiros de equipa que teve.

Fernando Alonso, de 44 anos, não vence um campeonato do mundo na categoria rainha do automobilismo desde 2006, mas muitos fãs e especialistas na matéria consideram-no um dos melhores pilotos da história do Grande Circo.

Em parte, essa avaliação pode parecer subjetiva e suscetível a debates, mas há alguns dados que sustentam a teoria. Concretamente, há um que é arrepiante... para aqueles que formam dupla com o espanhol: nunca, em 22 anos na F1, perdeu no frente a frente com um companheiro de equipa.

Nada menos do que 14 pilotos fizeram dupla com o atual piloto da Aston Martin desde a sua estreia em 2001 com a Minardi, mas todos eles acabaram por se ajoelhar perante o poderio do 14.

Tarso Marques, Alex Yoong, Jarno Trulli, Jacques Villeneuve, Giancarlo Fisichella, Lewis Hamilton, Nelson Piquet Jr., Romain Grosjean, Felipe Massa, Kimi Räikkönen, Jenson Button, Stoffel Vandoorne, Esteban Ocon e Lance Stroll são a prova viva de que partilhar a box com Alonso é um verdadeiro calvário.

Da Minardi à Aston Martin

Alguns tentaram aproximar-se, outros só o viram de longe, mas as tentativas de ultrapassar Fernando foram sempre infrutíferas. O que mais perto esteve, sempre tendo em conta os Grandes Prémios em que ambos chegaram à meta para ser mais justos, foi o francês Esteban Ocon (19-18), durante a passagem de ambos pela Alpine. Também não foram más as suas batalhas com Trulli, na Renault, e Hamilton, na McLaren Mercedes, que terminaram 9-6.

Por outro lado, os duelos menos equilibrados foram com Felipe Massa (Ferrari), Giancarlo Fisichella (Renault) e Lance Stroll, que ainda está a sofrer com o asturiano na Aston Martin. Ao brasileiro, Alonso impôs um contundente 58-6, enquanto ao italiano e ao canadiano supera por 28-6 e 35-9, respetivamente.

No total, o registo do ovetense é de 205-67 na estatística analisada. Números que bem poderiam ser de outro planeta.

A chave do 14 é que em nenhum momento perdeu a fome, para além da inegável habilidade ao volante, o que levanta duas questões: até onde chegará o pesadelo dos seus companheiros? E, será que esta superioridade lhe servirá para conquistar o terceiro Mundial?