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Fórmula 1 vai para a Áustria com as rivalidades no seu ponto mais tenso

Max Verstappen borrifa champanhe no vencedor George Russell no Grande Prémio do Canadá.
Max Verstappen borrifa champanhe no vencedor George Russell no Grande Prémio do Canadá.David Kirouac / Imagn Images
As rivalidades do presente e os incidentes do passado pairam sobre o Grande Prémio da Áustria, em casa da Red Bull, numa altura em que a Fórmula 1 se prepara para mais um capítulo do duelo entre Max Verstappen e George Russell, e para o aumento da tensão na luta pelo título, com a McLaren também em destaque.

Russell e o atual campeão Max Verstappen terminaram em primeiro e segundo lugar no Grande Prémio do Canadá, há duas semanas, com a Red Bull a apresentar - sem sucesso - um protesto contra a vitória da Mercedes, acusando o britânico de comportamento anti-desportivo.

É seguro dizer que os dois pilotos não são propriamente amigos e estão a construir um historial de rivalidade considerável, tendo colidido em Espanha este mês, num incidente que deixou Verstappen como culpado e à beira de uma suspensão obrigatória.

Dois desses pontos de penalização expiram após o Grande Prémio da Áustria, mas o piloto neerlandês terá ainda de se manter longe de problemas durante um fim-de-semana em plena Estíria, onde os seus fãs vestidos de laranja estarão presentes em grande número.

"É sempre um grande fim-de-semana. Tivemos muitos bons resultados aqui e espero que possamos voltar a ter outro fim-de-semana forte", afirmou Verstappen, vencedor do Grande Prémio da Áustria em 2018, 2019, 2021 e 2023.

O chefe de equipa da Red Bull, Christian Horner, optou por alguma cautela e evitou fazer previsões.

"Provavelmente, a nossa maior fraqueza neste momento são as curvas de média velocidade", reconheceu Horner. "Na Áustria, especialmente no segundo setor, há algumas zonas de velocidade média. Logo veremos. Se estiver calor, espero que a McLaren volte a ser mais competitiva. Ainda existe uma diferença considerável de pontos entre nós e eles (McLaren), mas não baixamos os braços. Ainda nem chegámos a meio da época."

O ano passado, Verstappen e Lando Norris protagonizaram momentos de tensão em Spielberg, ao colidirem quando lutavam pela liderança, numa situação em que Norris estava em perseguição. O incidente acabou por abrir caminho para a vitória de George Russell.

Norris regressa este ano com a memória desse confronto, agora ofuscada pela rivalidade interna com o seu colega Oscar Piastri, que ganhou novo destaque no Canadá. O piloto australiano deixou Montreal com 22 pontos de vantagem sobre Norris, depois de terminar em quarto lugar, enquanto o britânico foi forçado a abandonar devido a um erro próprio.

"Só me posso culpar a mim mesmo", reconheceu Norris, sem rodeios. "Foi um erro de julgamento que não pode voltar a acontecer."

Domínio em declínio

Outra questão que muitos adeptos neutros querem ver esclarecida é se a McLaren conseguirá voltar em força, depois de um surpreendente fim-de-semana discreto no Canadá, que levantou dúvidas sobre o possível declínio do domínio inicial da equipa.

Montreal foi a primeira corrida da temporada sem um McLaren no pódio ou na primeira linha da grelha, e também representou o melhor resultado da Mercedes até ao momento, com o jovem italiano Kimi Antonelli a conquistar o terceiro lugar e a subir ao pódio pela primeira vez na sua carreira na Fórmula 1.

"Sabemos que os nossos rivais vão estar muito mais competitivos este fim-de-semana na Áustria", alertou o chefe de equipa da Mercedes, Toto Wolff. "O circuito de Spielberg será um bom teste para as nossas últimas actualizações e uma oportunidade para avaliarmos o nosso progresso."

A mesma pista, em 2023, marcou um ponto de viragem para a McLaren e o início da recuperação que colocou a equipa entre os da frente.

Foi também em Spielberg, em 2020, que Lando Norris conquistou o seu primeiro pódio na Fórmula 1, mas o britânico terá de esperar pelo segundo treino livre de sexta-feira para começar a trabalhar no Red Bull Ring.

O líder do campeonato de Fórmula 2, o irlandês Alex Dunne, vai ocupar o lugar de Norris na primeira sessão de treinos, enquanto Charles Leclerc cederá o seu Ferrari ao sueco Dino Beganovic, também ele vindo da F2. Dunne será o primeiro piloto irlandês a participar num fim-de-semana de Fórmula 1 desde Ralph Firman, que correu pela Jordan em 2003.