Fórmula 1: Verstappen promete dar tudo para conquistar o título, McLaren não receia jogo sujo

Max Verstappen após garantir a pole position
Max Verstappen após garantir a pole positionJakub Porzycki / Reuters

A McLaren desvalorizou as conversas sobre possíveis artimanhas da Red Bull no Grande Prémio de Abu Dhabi, que decide o título este domingo, depois de Max Verstappen afirmar que não tem nada a perder e que vai dar tudo para vencer.

O tetracampeão mundial vai partir da pole position em Yas Marina, com os seus dois rivais da McLaren na luta pelo título, o líder do campeonato Lando Norris e Oscar Piastri logo atrás, em segundo e terceiro, respetivamente, ambos à procura do seu primeiro título.

Norris tem uma vantagem de 12 pontos sobre Verstappen, com Piastri a quatro pontos de distância.

"Vou dar tudo. Não tenho nada a perder. Por isso, claro que vou tentar vencer a corrida. Vou defender. Se for preciso atacar, ataco, porque o que pode acontecer? Ou ficas em segundo, ou em terceiro – ou ganhas. Isso seria fantástico", afirmou Verstappen.

Recordações de 2016

A situação faz recordar decisões passadas neste circuito iluminado, especialmente em 2016, quando Lewis Hamilton tentou, sem sucesso, atrasar o então colega da Mercedes, Nico Rosberg, na esperança de que o alemão fosse apanhado e ultrapassado por outros pilotos.

Tal como agora, Rosberg chegou a Abu Dhabi com uma vantagem de 12 pontos sobre Hamilton, mas foi o britânico a garantir a pole position, com o colega em segundo.

As posições mantiveram-se até ao fim, e Rosberg conquistou o título com cinco pontos de vantagem, com o Ferrari de Sebastian Vettel a menos de um segundo em terceiro e Verstappen em quarto, a 1,6 segundos do vencedor.

"Sinceramente, não estou muito preocupado", disse o chefe de equipa da McLaren, Andrea Stella, quando questionado sobre a possibilidade de Verstappen recorrer a "todos os truques" para influenciar o pelotão atrás de si.

"Acredito que vamos assistir a uma corrida interessante, mas tenho a certeza de que tudo acontecerá dentro dos limites do desportivismo e da justiça", afirmou.

Stella afirmou que não ficaria surpreendido se a Red Bull optasse por uma estratégia de equipa, e que não haveria nada de injusto ou incorreto nisso.

O colega de Verstappen, Yuki Tsunoda, que se qualificou em 10.º, deu um importante reboque aerodinâmico na qualificação e poderá também desempenhar um papel estratégico.

O campeão em título evitou responder a uma pergunta sobre 2016 e se poderia tentar táticas semelhantes às usadas por Hamilton nessa altura.

"O traçado também era diferente. Agora sinto que se apanha muito mais reboque ao longo da volta, por isso provavelmente não é tão fácil fazer algo assim", explicou.

"Os carros também são completamente diferentes do que eram. Na altura, era muito mais fácil atrasar o ritmo porque os pneus sobreaqueciam muito quando alguém se aproximava. Espero que a corrida não seja linear – mas espero que isso não seja por minha causa", acrescentou.