O chefe executivo da Fórmula E, Jeff Dodds, prometeu em fevereiro doar o montante se Verstappen não ganhasse o título, uma aposta para realçar o quão previsível ele achava a Fórmula 1 em comparação com a sua própria competição.
Depois de Verstappen ter ganho o título, mas numa época muito mais competitiva e emocionante do que o previsto, Dodds decidiu doar o dinheiro na mesma.
O dinheiro será dividido em partes iguais entre a fundação Wings for Life da Red Bull, para a investigação da espinal medula, e um novo fundo para proporcionar mais oportunidades às mulheres no desporto automóvel.
"O que começou como uma aposta muito irónica no início da época transformou-se num compromisso sério para apoiar a igualdade de género no nosso campeonato, com o objetivo final de as mulheres competirem a tempo inteiro na Fórmula E", afirmou Dodds.
Teste de estreante
Verstappen, que vai receber o troféu de vencedor da F1 numa cerimónia de gala no Ruanda, esta sexta-feira, disse a Dodds, numa entrevista em vídeo, que foi uma "grande contribuição" e "que vai estar atento ao campeonato no seu tempo livre".
Dodds disse à agência noticiosa Reuters que a Fórmula E encomendou à organização More Than Equal, co-fundada pelo antigo piloto de F1 David Coulthard, uma investigação sobre as barreiras que as mulheres enfrentam no desporto automóvel.
O responsável disse que duas mulheres foram contratadas para conduzir no teste de estreia da Fórmula E no próximo ano, sem referir nomes.
"Cada vez mais oportunidades"
"É aí que os lugares podem ser determinados, ou onde os pilotos são colocados para trabalhar no simulador durante o resto da época", afirmou.
"Por isso, penso que a primeira época em que poderemos ver uma mulher diretamente no lugar é a época 13, que seria o início da era Gen4. Isso seria muito emocionante... continuaremos a criar oportunidades nesta temporada (11) e na próxima para as mulheres testarem o carro", acrescentou: "Vamos criar mais e mais oportunidades para elas".
A Fórmula 1 não tem uma piloto feminina desde 1976, mas várias competiram na Fórmula E na última década, sendo a suíça Simona de Silvestro a única a marcar pontos até à data.
Sem mais apostas
Dodds disse que não vai mais apostar na Fórmula 1.
"Acho que esse momento já passou. Eu só gosto de certas coisas", disse.
"Eu disse ao Max que a meio da época ele criou um pequeno momento de 'chiadeira' para mim, mas, tirando isso, ele esteve bem e estou feliz por ele ter correspondido à minha pequena aposta. Mas, no próximo ano, acho que não vou ter tanta certeza", afirmou.
Dodds disse que as apostas na sua liga também não deram certo, já que Mitch Evans, da Jaguar, venceu a corrida de abertura no Brasil no último fim de semana a partir do último lugar da grelha. "Realmente, ninguém sabe como será esta temporada", referiu.