O sete vezes campeão do mundo surpreendeu a Fórmula 1 em fevereiro, quando anunciou que ia deixar a Mercedes, que o tem apoiado desde os seus dias de karting, pela Ferrari no final do ano.
A Mercedes teve tempo para se adaptar, com o italiano Kimi Antonelli, de 18 anos, a ser contratado como substituto do britânico, mas Hamilton disse aos jornalistas em Yas Marina que a transição não foi fácil.
"Eu previ que seria difícil, mas subestimei enormemente o quão difícil seria", disse.
"A relação foi muito desgastante desde o início, demorou algum tempo a ser ultrapassada. E depois, só para mim, foi um ano muito emotivo para mim. E acho que não estive no meu melhor para lidar com essas emoções", acrescentou Hamilton.
O vencedor de um recorde de 105 corridas, e de duas esta época, incluindo uma em casa em Silverstone, tem-se debatido com o comportamento do seu carro. Têm sido feitas perguntas sobre a sua velocidade à medida que se aproxima dos 40 anos, com mais de 350 corridas no seu currículo.
Hamilton disse no Catar, no fim de semana passado, que "ainda o tem". Mas a sua frustração, particularmente na qualificação, onde o companheiro de equipa George Russell o lidera por 18-5, tem sido evidente. No Brasil, até deu a entender que poderia não completar a temporada.
Hamilton pronto para uma despedida emocionante
"Acho que todos viram o pior de mim e o melhor de mim e não vou pedir desculpas por nenhum dos dois, porque sou apenas humano e nem sempre acerto", disse Hamilton em Abu Dhabi.
"Definitivamente, diria que este ano foi um dos piores em termos de lidar com isso da minha parte, e vou trabalhar para tentar ser melhor. Mas espero que as coisas boas e os pontos altos superem em muito os negativos e a forma como lidei com isso ou me comportei", explicou.
Hamilton ganhou seis dos seus sete títulos com a Mercedes, e poderia ter tido um oitavo em Yas Marina em 2021, mas para uma controversa mudança tardia no procedimento do carro de segurança enquanto ele estava a liderar. Começou 246 corridas com a equipa.
Os seus feitos, como único piloto negro na grelha de partida, incluem também a transformação da Mercedes - e, por extensão, do desporto - num ambiente racialmente mais diversificado e acolhedor.
A Ferrari, a equipa que levou Michael Schumacher a conquistar cinco dos seus sete títulos, será a sua terceira equipa desde a sua estreia em 2007 com a McLaren.
"Não estou a pensar em comparar-me com o Michael. Não estou a pensar nisso", disse o britânico.
"No momento, isso não é algo em que eu esteja a pensar. Estou a tentar pensar em garantir que termino da forma correta e da melhor maneira possível com a Mercedes. Estes próximos dias vão ser super-emocionais", acrescentou.