Justiça francesa não impede as eleições da FIA, mas ordena análise posterior

Justiça francesa não trava processo eleitoral da FIA mas ordena análise posterior
Justiça francesa não trava processo eleitoral da FIA mas ordena análise posteriorFLORENT GOODEN / FLORENT GOODEN / DPPI VIA AFP

O tribunal judicial de Paris não suspendeu a realização das eleições presidenciais da Federação Internacional do Automóvel (FIA), agendadas para 12 de dezembro, mas determinou esta quarta-feira um julgamento para avaliar o processo eleitoral.

O juiz considerou que as eleições podem realizar-se na próxima semana em Tashkent, no Uzbequistão, mas posteriormente, os juízes de primeira instância terão de analisar a regularidade do processo de votação, contestado pela suíça Laura Villars, que recorreu à justiça francesa.

"A eleição de 12 de dezembro de 2025, organizada com apenas um candidato, decorrerá como previsto. A sua validade, tendo em conta as contestações apresentadas, poderá ser analisada, questionada ou anulada pelo tribunal", anunciou o advogado de Villars.

A piloto suíça pretendia candidatar-se a esta eleição, tal como o norte-americano Tim Mayer, antigo comissário desportivo da FIA.

O regulamento do escrutínio exige aos candidatos a apresentação de uma lista que inclua sete vice-presidentes provenientes das seis regiões do mundo (dois da Europa, e um da América do Norte, América do Sul, Médio Oriente e Norte de África, África e Ásia-Oceânia), escolhidos a partir de uma lista aprovada pela FIA.

No entanto, apenas uma pessoa representa a América do Sul nessa lista, Fabiana Ecclestone, esposa de Bernie Ecclestone, o histórico dirigente da F1. E ela aceitou integrar a lista do atual presidente, Ben Sulayem, que se recandidata ao cargo.

"Um tribunal francês publicou a sua decisão este 3 de dezembro e confirmou que as eleições para presidente da FIA poderão realizar-se a 12 de dezembro durante a assembleia geral da FIA", afirmou à AFP um porta-voz da FIA.

"A FIA mantém-se focada nesta assembleia geral e está em diálogo com os seus membros sobre questões importantes relacionadas com os desportos motorizados, bem como com a mobilidade automóvel", acrescentou.

Antigo piloto de ralis, Mohamed Ben Sulayem sucedeu, no final de 2021, ao francês Jean Todt. O seu primeiro mandato foi marcado por turbulências.Enfrentou um conflito com os pilotos de F1 e de ralis por ter imposto multas elevadas em caso de uso de linguagem imprópria durante as transmissões televisivas. Perante a onda de protestos que esta medida gerou, acabou por reduzir para metade o valor das sanções.