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Fórmula E: Félix da Costa encontra “outra onda” na Jaguar, “mais humana e menos robótica"

Félix da Costa preparado para nova época
Félix da Costa preparado para nova épocaCLEMENT LUCK / CLEMENT LUCK / DPPI VIA AFP

O piloto português António Félix da Costa confirma que encontrou na Jaguar, equipa que vai representar em 2026 no Mundial de Fórmula E, uma “outra onda”, “mais humana e menos robótica” do que o tratamento que tinha na Porsche, que representou nos últimos três anos.

Numa conferência de imprensa com jornalistas portugueses, espanhóis e brasileiros, em que a agência Lusa participou, o piloto natural de Cascais admitiu que a sua simpatia o prejudicou na equipa alemã.

Quando cheguei à Jaguar tive uma conversa franca com a equipa. Disse-lhes: por favor, não confundam a minha simpatia com fraqueza. Correu mal nos últimos três anos. Mas com a Jaguar é outra onda, é tudo diferente para melhor”, disse Félix da Costa.

O português admite que a Porsche, a nível técnico, “era uma equipa fortíssima”, que “fazia coisas muito bem”.

A minha entrada é valiosa não só pela velocidade mas também pela experiência. Não quero um tratamento especial. A abordagem será mais humana e não tão robótica. Sei que vai correr melhor”, apontou.

Esta será a 10.ª temporada do piloto luso, que foi campeão em 2020.

Fará dupla com o neozelandês Mitch Evans. Em conjunto, Félix da Costa e Evans contam com 370 corridas na Fórmula E, 26 vitórias, 60 pódios e 18 poles. São mais partidas e vitórias conjuntas do que qualquer outra dupla de equipa na história da Fórmula E.

O campeonato arranca a 06 de dezembro, em São Paulo, no Brasil, com carros de quarta geração.

"Quando assinei, a Jaguar estava a passar um mau bocado, a meio da temporada. Mas não foi por isso que quis dar a volta. Quando tens uma equipa que nos últimos seis anos está na luta e há um em que parece que não, é uma questão temporária. Vai ser uma equipa importante e que vai estar na luta”, acredita António Félix da Costa.

O piloto de Cascais entende que, à exceção da Lola Yamaha, “todas as outras terão carros competitivos”, pelo que será “ainda mais importante trabalhar em equipa, fazer fins de semana onde não há erros, onde o trabalho tem de ser bem feito”.

Nos próximos dias, António Félix da Costa estará em Inglaterra, a fazer trabalho no simulador, saindo para a pista na próxima semana, em Valência.

O tempo é curto. Vou ter quatro dias de testes antes de chegar a S. Paulo (a 06 de dezembro). Prevejo um início um pouco mais complicado”, disse o piloto luso, que vai dividir o seu tempo entre as corridas de Fórmula E e o Mundial de Resistência com a Alpine.

A prioridade está na Fórmula E, com a Jaguar. Há um esforço grande entre a FE e o WEC para que as datas não se sobreponham. Mas, acima de tudo, numa questão de bom senso, quando num carro tens três pilotos e no outro só tens um, a decisão é óbvia”, precisou.

Félix da Costa admitiu, ainda, que “a saída da Porsche não foi 100 por cento mútua”. “Tivemos de lutar um pouco.  Era uma questão de encaixar as peças do puzzle. Às vezes os timings não estão a nosso favor, já me aconteceu, mas agora não podia estar mais contente com a combinação de campeonatos em que vou alinhar”, disse.

A Jaguar regressou à competição em outubro de 2016, tornando-se no primeiro fabricante de luxo a aderir ao campeonato elétrico.

Desde então, a Jaguar TCS Racing conquistou mais de 20 vitórias em competição e mais de 50 pódios na Fórmula E, tendo assegurado o Campeonato Mundial de Equipas e o Troféu de Fabricante em 2024 - a primeira vitória da Jaguar num Campeonato Mundial desde 1991.