"Já estava contente por ter terminado no pódio em França, mas ganhar é excecional", afirmou o bicampeão mundial de Moto2 (2015, 2016).
- Aproveitou todos os pedidos dos fãs que o poderiam ter distraído?
- Tento ver isso como uma grande fonte de energia. Organizei o meu tempo para sair dez minutos antes de cada encontro, porque sabia que ia ser parado e queria tirar um minuto para dar autógrafos. Não se pode agradar a toda a gente, mas mesmo assim mostra-se respeito por eles. Tentei mesmo aproveitar ao máximo. O que é espantoso é que houve alturas em que fui muito agradável e outras em que estava farto. Quando isso acontecia, isolava-me, descansava e voltava a ser agradável.
- O início da corrida foi muito difícil. Pensou que as suas esperanças de um lugar no pódio tinham sido goradas?
- O arranque foi realmente catastrófico porque optei por não utilizar o sistema que temos para o arranque, para estar melhor nas primeiras curvas, porque não sabia como ia travar. Mas a mota levantou tanto que perdi todos aqueles lugares. Estou a tentar recuperar um pouco porque sei que posso ganhar algum ímpeto na primeira chicane e depois as coisas ficam confusas e quando o (Joan) Mir endireita (e bate nele), pensei que ia cair. Fui em frente (para a caixa de brita) e havia problemas com a eletrónica, com a regulação dos travões, e na minha cabeça já estava tudo perdido.
- Porque é que decidiu ficar com os pneus de chuva, ao contrário dos seus rivais?
- Eu tinha a certeza de que ia chover. Disseram-me que ia chover, talvez não durante toda a corrida, mas ia estar molhado. Francamente, mesmo com pingos de chuva, quando se tem pneus slick naquela pista, é muito escorregadio. Se eu tivesse pneus slick, não teria andado tão depressa como os pilotos da frente. Podíamos ter sido enganados e sei que, nestas condições, não me sentia confortável. Se chover um pouco mais, a simples paragem nas boxes já custa 30 segundos, por isso, na verdade, esperava não perder mais de 30 segundos nas primeiras três ou quatro voltas.
- Quando é que começou a pensar que podia ganhar?
- É verdade que os pneus slick são rápidos, mas eu disse a mim próprio que não podiam ser rápidos durante muito tempo. A minha única preocupação era o (Jack) Miller, porque sei que ele é o melhor piloto nestas condições e ele estava à minha frente e eu não via a possibilidade de o apanhar. Mas quando ele caiu (na 8ª volta), foi quando pensei que a vitória poderia estar ali.
- É o primeiro francês a vencer o Grande Prémio de França na categoria rainha desde 1954. Que importância tem isso para si?
- Adoro a história do motociclismo, mas para mim os anos 50 estão demasiado longe e essas épocas foram realmente muito especiais. É fixe escrever esta linha porque actualiza um pouco o livro. Já estava contente por ter subido ao pódio em França, mas ganhar é excecional. Estou realmente muito feliz. Esta vitória no Grande Prémio é o que procuro sempre, seja qual for o país, mas aqui em França... Fazer história é ótimo!