O objetivo do teste privado era avaliar a capacidade do espanhol para participar num Grande Prémio depois da longa convalescença após múltiplas fracturas nas costelas e um hemopneumotórax sofrido em meados de abril, quando sofreu uma forte queda antes de ser abalroado por outro piloto.
"O objetivo do teste de hoje é permitir ao Jorge recuperar a confiança numa máquina de MotoGP, a RS-GP25, depois de vários meses de inatividade," disse a Aprilia, acrescentando que o espanhol completou 29 voltas de manhã e mais 35 à tarde.
O início da temporada de Martin já tinha sido perturbado por duas lesões sucessivas sofridas em acidentes durante os testes de inverno e depois nos treinos. Falhou os três primeiros Grandes Prémios da temporada, na Tailândia, Argentina e Estados Unidos, e voltou a aparecer no Catar, onde se lesionou novamente.
O piloto madrileno, que também falhará o Grande Prémio da Alemanha deste fim de semana, poderá voltar à ação já no Grande Prémio da República Checa, no fim de semana seguinte, em Brno (19 e 20 de julho). Os pilotos terão então terminado a primeira parte da época e desfrutarão de uma pausa de verão até meados de agosto, data do GP da Áustria.
"Poder voltar a montar numa moto, depois de ter recuperado das minhas lesões, é mais importante do que tudo o que já aconteceu. Depois de mais de 20 fracturas, estar numa moto de MotoGP faz-me feliz e espero poder voltar a correr em Brno", disse o campeão espanhol em comunicado.
Em braço de ferro com a Aprilia
"Podemos confirmar que Jorge Martin vai viajar para Brno na próxima semana para participar no GP da República Checa, se for autorizado pelo serviço médico", disse a Aprilia.
O espanhol, que se juntou à Aprilia vindo da Ducati-Pramac depois de ter ganho o Campeonato do Mundo no ano passado, tem estado envolvido num braço de ferro com o construtor italiano desde que anunciou, há várias semanas, a sua intenção de deixar a equipa no final da época depois de ter ativado uma cláusula de saída no seu contrato.
"Confrontado com a necessidade de tomar uma decisão relativamente a uma data fixada no meu contrato, decidi exercer o meu direito de me libertar para a época de 2026. Sempre o fiz com respeito, clareza e com o único objetivo de assumir o controlo do meu futuro como atleta profissional", anunciou Martin, de 27 anos, num comunicado emitido a 29 de maio.
No final de junho, durante o GP dos Países Baixos, o seu agente Albert Valera deixou claro que Martin se considerava"livre de qualquer contrato". Admitiu que a equipa japonesa Honda, onde o aguardava um contrato lucrativo, era uma"opção" para o próximo ano.