O circuito checo, localizado a 200 km a sudeste de Praga, não recebe o MotoGP desde 2020. E, no entanto, depois de Assen, nos Países Baixos, é a corrida que tem aparecido com mais frequência no calendário do campeonato mundial.
A pista checa não é a única a fazer uma reaparição este fim de semana. O atual campeão do mundo Jorge Martín estará de volta à Aprilia depois de uma longa convalescença. Lesionado nos treinos antes do início da época, falhou os primeiros três Grandes Prémios antes de regressar no Catar, em abril, onde se lesionou novamente.
Desde então, a sua relação com o fabricante baseado em Noale tornou-se cada vez mais tensa e o campeão espanhol anunciou no mês passado que estava a considerar deixar a equipa italiana no final do ano, após apenas um ano de contrato. Os bons resultados do outro piloto de fábrica da Aprilia, o italiano Marco Bezzecchi, vencedor na Grã-Bretanha e 2.º nos Países Baixos, mudaram entretanto a situação e Martin poderá fazer um novo anúncio sobre o seu futuro em Brno.
"Mal posso esperar para voltar à mota! Estou contente pelo momento ter finalmente chegado. Temos muito trabalho para fazer com a Aprilia, mas também temos muito potencial. Está na altura de começar a construir e de procurar um bom final de época," disse em antecipação.
Todas as atenções estarão também viradas para outro espanhol, Marc Márquez, que está a arrasar no campeonato. Ao final de 11 corridas das 22 programadas, o Marc tem uma vantagem de 83 pontos sobre o segundo classificado que, curiosamente, é o seu irmão mais novo Álex.
Márquez nas nuvens
O piloto de fábrica da Ducati vai à procura da quinta vitória consecutiva, um feito que não consegue desde 2019, quando corria pela Honda. O hexacampeão mundial está no bom caminho para destruir psicologicamente os rivais, a começar pelo seu colega de equipa da Ducati, o italiano Francesco Bagnaia, 3.º no campeonato e já a 147 pontos de distância.
Desde o início da temporada, o registo é de sete vitórias para Marquez, contra apenas uma para Bagnaia. Ou seja, o homem de Turim, apesar de ser bicampeão mundial em 2022 e 2023, não está longe da humilhação.
"Nunca andei aqui (em Brno) com a Ducati e, em termos de superfície, não sabemos o que esperar", enfatizou Marquez, antes de acrescentar: "É uma das pistas mais bonitas e mais difíceis do calendário" com declives íngremes.
Apenas Álex Márquez parece ainda ter uma pequena hipótese de lutar pelo título com o irmão mais velho. Com a sua Gresini Ducati, tem uma vitória este ano e seis segundos lugares, mostrando grande consistência.
As Ducatis não estão a deixar nada mais do que migalhas para os rivais, e os cinco primeiros do campeonato pilotam todos máquinas da fábrica de Borgo Panigale. Apenas Bezzecchi (6.º) e o francês Johann Zarco (7.º) conseguiram arrancar-lhes uma vitória cada um desde o início da época.