A equipa sediada na Suíça passará a ser a equipa de fábrica da Audi a partir da próxima temporada, mas estava no fundo da classificação até que o quinto lugar de Nico Hulkenberg em Espanha, no domingo passado, os elevou dois lugares para o oitavo.
A Sauber só venceu uma vez desde 1993 - em 2008, quando era propriedade da BMW - e há questões persistentes sobre a competitividade do motor de 2026, com os primeiros relatórios a não serem encorajadores, mas Wheatley garante que há tijolos para o sucesso.
"Estamos a pensar numa expansão do campus, temos um programa ambicioso pela frente e investimento da Audi e da QIA (Qatar Investment Authority). Estou realmente super entusiasmado com a situação em que nos encontramos. Não venho trabalhar para fazer número. Acredito absolutamente que vamos entrar nesse caminho e que vamos ganhar corridas e campeonatos mundiais", disse o britânico à Reuters.
Wheatley tem décadas de experiência, estando agora no seu 35.º ano na Fórmula 1, depois de ter começado como mecânico júnior na Benetton. Com a Red Bull, conquistou seis títulos de construtores, oito títulos de pilotos e 120 Grandes Prémios.
Foi também fundamental para garantir o primeiro título de Max Verstappen em 2021, depois de uma conversa de rádio com o diretor de corrida Michael Masi ter desencadeado uma mudança fatídica no procedimento do safety car. O britânico disse essas experiências o moldaram e ajudam no seu novo papel, que começou em abril.
"As transcrições de rádio em Abu Dhabi mostraram a extrema paixão competitiva de todas as equipas e eu nem consigo começar a explicar o que se sente no pitwall numa situação de vida ou morte num campeonato mundial. Há muitas pessoas na minha posição que são intensamente competitivas. Absorvi-me completamente nisso (na Red Bull) e estou a absorver-me aqui. Já sinto verdadeiramente que esta é a minha equipa e só estou aqui há dois meses", atirou.
Wheatley disse que a mudança para chefe de equipa pareceu "totalmente natural" e, ao contrário da mudança da Renault para a Red Bull, não envolveu qualquer agonia. A Red Bull teve a temporada mais dominante da história da Fórmula 1 em 2023, vencendo 21 das 22 corridas, mas depois ficou na linha de fogo das críticas.
O chefe de equipa Christian Horner enfrentou alegações, das quais foi ilibado, de conduta imprópria para com uma funcionária. As relações com o pai de Verstappen, Jos, azedaram e o designer Adrian Newey anunciou a sua partida para a Aston Martin. Wheatley, que podia ter ficado, disse que a sua decisão se prendeu com uma oportunidade futura.
"Havia uma enorme quantidade de pessoas talentosas naquela equipa durante todo o período em que lá estive. Aprendi com o maior número possível de pessoas... criámos uma equipa e fizemos algo extraordinário. Adorei aquela fase inicial de transformação e depois quis voltar a fazê-lo... a ideia de vir para esta equipa neste período de transição, neste momento da história, foi extremamente atraente para mim", apontou.
Enquanto o antigo chefe de equipa da Ferrari, Mattia Binotto, dirige o projeto Audi, Wheatley é o responsável na pista e planeia estar presente em todas as corridas.
"Vai levar tempo, mas o ponto de partida é bom," disse ele.