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Fórmula 1: Wheatley "super entusiasmado" e confiante na capacidade da Audi ganhar corridas

Jonathan Wheatley, diretor da Sauber, em Espanha no fim de semana passado
Jonathan Wheatley, diretor da Sauber, em Espanha no fim de semana passadoReuters / Jakub Porzycki
O timing é tudo na Fórmula 1 e Jonathan Wheatley considera que acertou em cheio ao deixar a Red Bull, a equipa com mais vitórias em corridas e títulos de pilotos neste século, para se tornar diretor da Sauber.

A equipa sediada na Suíça passará a ser a equipa de fábrica da Audi a partir da próxima temporada, mas estava no fundo da classificação até que o quinto lugar de Nico Hulkenberg em Espanha, no domingo passado, os elevou dois lugares para o oitavo.

A Sauber só venceu uma vez desde 1993 - em 2008, quando era propriedade da BMW - e há questões persistentes sobre a competitividade do motor de 2026, com os primeiros relatórios a não serem encorajadores, mas Wheatley garante que há tijolos para o sucesso.

"Estamos a pensar numa expansão do campus, temos um programa ambicioso pela frente e investimento da Audi e da QIA (Qatar Investment Authority). Estou realmente super entusiasmado com a situação em que nos encontramos. Não venho trabalhar para fazer número. Acredito absolutamente que vamos entrar nesse caminho e que vamos ganhar corridas e campeonatos mundiais",  disse o britânico à Reuters.

Wheatley tem décadas de experiência, estando agora no seu 35.º ano na Fórmula 1, depois de ter começado como mecânico júnior na Benetton. Com a Red Bull, conquistou seis títulos de construtores, oito títulos de pilotos e 120 Grandes Prémios.

Foi também fundamental para garantir o primeiro título de Max Verstappen em 2021, depois de uma conversa de rádio com o diretor de corrida Michael Masi ter desencadeado uma mudança fatídica no procedimento do safety car. O britânico disse essas experiências o moldaram e ajudam no seu novo papel, que começou em abril.

"As transcrições de rádio em Abu Dhabi mostraram a extrema paixão competitiva de todas as equipas e eu nem consigo começar a explicar o que se sente no pitwall numa situação de vida ou morte num campeonato mundial. Há muitas pessoas na minha posição que são intensamente competitivas. Absorvi-me completamente nisso (na Red Bull) e estou a absorver-me aqui. Já sinto verdadeiramente que esta é a minha equipa e só estou aqui há dois meses", atirou.

Wheatley disse que a mudança para chefe de equipa pareceu "totalmente natural" e, ao contrário da mudança da Renault para a Red Bull, não envolveu qualquer agonia. A Red Bull teve a temporada mais dominante da história da Fórmula 1 em 2023, vencendo 21 das 22 corridas, mas depois ficou na linha de fogo das críticas.

O chefe de equipa Christian Horner enfrentou alegações, das quais foi ilibado, de conduta imprópria para com uma funcionária. As relações com o pai de Verstappen, Jos, azedaram e o designer Adrian Newey anunciou a sua partida para a Aston Martin. Wheatley, que podia ter ficado, disse que a sua decisão se prendeu com uma oportunidade futura.

"Havia uma enorme quantidade de pessoas talentosas naquela equipa durante todo o período em que lá estive. Aprendi com o maior número possível de pessoas... criámos uma equipa e fizemos algo extraordinário. Adorei aquela fase inicial de transformação e depois quis voltar a fazê-lo... a ideia de vir para esta equipa neste período de transição, neste momento da história, foi extremamente atraente para mim", apontou.

Enquanto o antigo chefe de equipa da Ferrari, Mattia Binotto, dirige o projeto Audi, Wheatley é o responsável na pista e planeia estar presente em todas as corridas.

"Vai levar tempo, mas o ponto de partida é bom," disse ele.