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Mundo do Ténis reage à suspensão de Sinner: "Já não acredito num desporto limpo"

Jannik Sinner está no centro de uma polémica
Jannik Sinner está no centro de uma polémicaAdrian Dennis / AFP
Jannik Sinner acordou com a Agência Mundial Antidopagem (Wada) uma suspensão de três meses devido a dois testes de doping positivos efectuados no ano passado. A notícia provocou naturalmente reações dos adeptos, dos jornalistas e dos meios de comunicação social. Por exemplo, o tricampeão do Grand Slam Stan Wawrinka, o conhecido jornalista José Morón e o antigo tenista Tim Henman também se pronunciaram.

A notícia correu o mundo do ténis à velocidade da luz. Em vez da esperada audiência de abril no Tribunal Internacional de Arbitragem, tudo mudou. O resultado é um acordo extrajudicial entre Sinner e a Wada. O italiano perderá três meses de ténis, mas não perderá nenhum torneio do Grand Slam.

As reacções foram imediatas e tão rápidas como a própria informação sobre o acordo.

A Wada tinha de impor uma proibição de 1 a 2 anos. Obviamente, a equipa de Sinner fez tudo o que estava ao seu alcance para se conformar com uma proibição de três meses, sem perda de títulos, sem perda de prémios monetários. Culpado ou inocente? É um dia triste para o ténis. A justiça no ténis não existe".

"Conheço muitos jogadores que estão a sentir a mesma coisa neste momento, por isso estamos a tentar organizar espaços ao vivo na próxima semana para podermos falar sobre o assunto. Fiquem atentos". Nick Kyrgios comenta com pesar e desilusão no X o acordo entre Jannik Sinner e a Wada sobre o caso Clostebol. O tenista australiano tem sido o mais duro crítico do jogador italiano desde o ano passado, para quem esperava uma longa desqualificação.

As palavras do antigo tenista Yevgeny Kafelnikov foram também particularmente incisivas e contundentes:"Depois dos últimos acontecimentos, se eu ainda estivesse a jogar, sempre que enfrentasse Sinner recusar-me-ia a entrar em court, independentemente de se tratar da primeira ronda ou da final. Mas receio que ninguém tenha a coragem de o fazer. A Wada é uma organização corrupta, e se se chega a acordo com eles é porque se sabe que se é culpado. Se tens 100% de certeza da tua inocência, como o Sinner tinha, porque é que aceitas uma suspensão de três meses? Não faz sentido para mim".

As críticas a Sinner não se ficaram por aqui, já que Tim Henman também aproveitou a oportunidade para provocar o sul-tiropeu durante uma entrevista à Sky Sports UK, afirmando: "Parece um pouco conveniente demais".

Poucas mas duras palavras para Stan Wawrinka, que decidiu comentar a notícia do número 1 mundial afirmando:"Já não acredito num desporto limpo".

"O mais surpreendente desta notícia é que a audiência do TAD deveria ter tido lugar em abril e o acordo foi alcançado em fevereiro. Por isso, a duração da pena de Sinner cai exatamente dentro destes três meses. Estará de volta ao court em Roma, no seu torneio caseiro antes do Open de França", escreveu José Morón, diretor do site Punto de Break e jornalista respeitado.

"Swiatek cumpriu a sua pena numa altura em que não se jogava ténis. Sinnera voltou a cumpri-la numa altura em que não perderá um Grand Slam. Um sistema destes e estas duas decisões não ajudam certamente a evitar a especulação sobre o que se passa no ténis. Se mais tarde surgir uma explicação lógica, terei todo o gosto em mudar de opinião. Mas, de momento, não me agrada nada", acrescentou.

Paolo Bertolucci e Adriano Panatta, por seu lado, afirmam:"É a opção mais prática, pois evita que Jannik falte a toda a época. Vai perder alguns torneios, mas os mais importantes, Roma, Roland Garros e Wimbledon, vai poder jogá-los. Acho sempre uma injustiça, mas pelo menos ele tira da cabeça esta ideia que tem há demasiado tempo", disse Panatta à Rainews 24. "Ele vai treinar, três meses não são um drama. A Wada quis impor-se para dizer que existimos, por isso o princípio da responsabilidade objetiva foi reafirmado, mas eu sempre disse que Sinner não tinha nada a ver com isso".

"A escolha de Jannik Sinner é pragmática, dolorosa, mas inteligente. Ele pode 'salvar' Roma e os três Slams. Ele voltará mais determinado e mais forte do que antes", explica Bertolucci.