"É preciso perceber que não se joga sozinho. Tens de ter o outro do teu lado: 'Eu sou o melhor, OK', mas quem é que te vai dar a bola? Tem que ter gente boa para te dar a bola", disse Ney em entrevista ao brasileiro Romário publicada na quinta-feira.
"Era o ego de cada um. Um jogo era um, no outro era outro, no outro eram quatro, cinco jogos seguidos, depois não dava. Hoje em dia, se ninguém corre, se ninguém se ajuda, é impossível ganhar", acrescentou no canal do YouTube Romário TV.
O "10" brasileiro de 32 anos partilhou o balneário do PSG com Mbappé e Messi entre 2021 e 2023. Embora o tridente tenha gerado grandes expectativas, não conseguiu levantar a Liga dos Campeões, a grande aposta do clube francês.

No final da época de 2023, o brasileiro foi para o Al-Hilal da Arábia Saudita e o argentino para o Inter Miami. Os dois tornaram-se amigos durante a sua passagem pelo Barcelona (2013-17), onde formaram um temível trio de ataque ao lado do uruguaio Luis Suárez. Em Paris, aliás, Neymar teve problemas com Mbappé.
"Tenho os meus problemas com ele, discutimos um pouco, mas ele foi uma pessoa que no começo, quando chegou, foi fundamental. Sempre lhe disse, brinquei com ele, que ele ia ser um dos melhores, sempre o ajudei, falei com ele. Ele vinha a minha casa, íamos jantar juntos", conta Neymar.
"Passámos uns bons anos juntos, mas depois, quando o Messi chegou, acho que ele ficou um pouco ciumento. Não me queria partilhar com ninguém (risos) e aí começaram as brigas, a mudança de comportamento", acrescenta.
O melhor marcador da história da seleção brasileira disse, no entanto, que viveu o seu melhor momento desportivo em Paris. Esse nível teria permitido que ele ganhasse a Bola de Ouro, disse ele, mas as lesões recorrentes acabaram com o sonho.
"São lesões que me deixam de fora durante três meses, seis meses. Então foi isso que me prejudicou", disse. "Não é algo que vá acabar com a minha vida, que vá ser do género: 'Que se lixe, não ganhei a Bola de Ouro'. Deus quis que fosse assim e acabou".
Os problemas físicos também prejudicaram a sua passagem pelo Al-Hilal, onde fez apenas sete jogos em 16 meses.
A imprensa internacional especula que ele deixará o futebol árabe no final do seu contrato, que termina em junho. Embora tenha dito que está feliz na Arábia Saudita, Neymar garantiu que "em seis meses tudo pode mudar".