Na antecâmara do arranque da edição de 2023 da Taça Davis, a última disputada no renovado formato depois da quebra de contrato que havia sido estabelecido entre a IFT e a Kosmos, empresa detida por Gerard Piqué, Nicolas Mahut não foi de meias palavras e deixou duras críticas ao estado atual da competição.
"Perdemos quatro anos, nunca deviamos viver esta experiência. Podem ter pensado que tinham tomado uma boa decisão, mas viram que não funcionou. A ideia de converter (a Taça Davis) num Mundial não podia funcionar", defendeu o tenista, vincando que "o público respondeu, foi um fracasso e nem sequer era emitida nas principais cadeias de televisão de França".
Recorde-se que a IFT decidiu rescindir, ao fim de cinco anos, um contrato de 3.000 milhões de dólares (mais de 2.700 milhões de euros), que se previa pedurar por 25 anos e que pretendia dar um novo impulso à Taça Davis, prova com mais de 100 anos, através da aposta num formato inovador.
"Estou muito chateado com David Haggerty, tem o mau hábito de nos dececionar, veremos o que acontecerá agora. E Bernard Giudicelli sabe o que penso da sua decisão enquanto vice-presidente da IFT e presidente da FFT. Tem grande parte de culpa deste fiasco. Não estou de acordo com o que disse quando garantiu que atuou pelo bem do ténis. Como presidente da federação francesa devia zelar pelos nossos interesses", acrescentou Mahut.
Reconhecendo as dificuldades de enquadramento da Taça Davis no calendário do circuito profissional de ténis, o jogador francês espera que o novo formato da prova seja atrativo e mantenha a tradição.
"Tenho percebido que os Grand Slam se encarregarão disso. Podemos encontrar um novo formato atrativo e devolver o prestígio à Taça Davis. Mas a dificuldade vai ser encontrar espaço no calendário com os Masters 1000 de duas semanas. Vamos jogar em dois ou três dias com os pares a três sets? Imagino que os tenistas não quererão jogar a cinco sets. A ideia é definir encontros com a possibilidade de que os países se possam organizar melhor para comercializar o torneio", apontou.