Recorde aqui as incidências do jogo.
Sérgio Conceição tinha sublinhado, na antevisão ao encontro, que a visita do FC Porto ao reduto do Marítimo devia ser encarada como "uma final" e a verdade é que os dragões entraram na Madeira pressionados pelo triunfo do Benfica em Arouca, mas a saber que podiam distanciar-se, ainda que à condição, do SC Braga, que viajou até Lisboa para defrontar o Sporting.
E se José Gomes foi conservador na abordagem, lançando um onze base dentro do previsto, o treinador portista foi mais ousado, promovendo uma grande surpresa com a inclusão de Bernardo Folha, que chegou à titularidade ao nono jogo pela equipa principal.
O encontro começou animado, com aproximações de parte a parte ao último terço, ainda que sem nenhuma oportunidade de registo. Ao contrário de entradas mais ríspidas, já que essas foram frequentes nos primeiros 25 minutos, como se comprova pelos três cartões amarelos precocemente exibidos por Fábio Veríssimo.
Ainda que (muito) longe de um contexto ideal, o Marítimo conseguiu mostrar-se a partir dessa altura e foram dos insulares as primeiras chances. Aos 27', após recuperação de bola e transição rápida, Léo Pereira cruzou e encontrou Xadas, que, de pé esquerdo, atirou ao lado da baliza contrária.
Pouco depois foi Val quem tentou a sua sorte, com um forte remate de meia distância para estirada de Diogo Costa, que voltou a brilhar aos 35', momento em que Xadas passou por Wendell e, em posição central, atirou de pé esquerdo para defesa de recurso do guardião, que conseguiu desviar uma bola perigosa.
A partida parecia enveredar por um caminho interessante, mas os dez minutos finais da primeira parte foram... insólitos. Já tínhamos falado sobre as faltas mais ríspidas, certo? Pois bem, depois dessas, as expulsões. A primeira decretada a Vítor Bruno, treinador-adjunto do FC Porto, à qual se segiu a de... Bernardo Folha. No primeiro jogo como titular, o médio foi imprudente e, já com amarelo, travou Brayan Riascos. A decisão não agradou os responsáveis portistas e Fábio Veríssimo dirigiu-se ao banco e a Sérgio Conceição, a quem foi mostrado cartão amarelo e, logo depois... o vermelho.
E por falar em imprudência, depois de toda esta confusão e apenas com quatro minutos a separar, Pablo Moreno acabou também por ver o segundo amarelo e o consequente vermelho, ao "varrer" Pepê quando tentava, de carrinho, ganhar a posse de bola.
Estava tudo igual, quer no número de jogadores, quer no resultado, que não se alterou até ao descanso.
Para a segunda metade, José Gomes apostou em Fernando Nito, André Vidigal e Percy Liza, deixando no balneário os amarelados Léo Pereira e Val, bem como Riascos.
Sérgio Conceição, por seu lado, optou por abdicar do apagado Taremi e lançar Evanilson que, no regresso, se fixou como referência do ataque dos dragões.
E a verdade é que a estratégia se revelou acertada, já que o FC Porto acabou mesmo por chegar à vantagem logo no reatar do encontro. Ainda não estavam jogados cinco minutos da etapa complementar e Wendell, servido por Evanilson, ganhou posição em zona central e atirou de pé esquerdo para abrir o marcador, sem dar hipótese de defesa a Makaridze.
Na frente, os dragões soltaram-se e nos instantes seguintes chegaram com muito perigo à área adversária. Tanto que ampliaram a contagem cinco minutos depois, quando Pepê, lançado pela direita, assistiu Galeno, que no coração da área não vacilou.
A formação portista tornou fácil um jogo que parecia complexo e, a partir daí, impôs o seu domínio. Aos 70', Galeno voltou a tentar visar a baliza maritimista depois de bom trabalho de Evanilson, atirando novamente no minuto seguinte para defesa segura de Makaridze.
Até final, o controlo do FC Porto foi absoluto. Os dragões baixaram o ritmo e tiveram pela frente um Marítimo com poucos argumentos para incomodar, assegurando um importante triunfo que impede a fuga do Benfica e coloca pressão sobre o SC Braga.
