"A UCI pede claramente às equipas e aos ciclistas que não recorram à inalação repetida de CO. Apenas a utilização médica de uma única inalação de CO num ambiente médico controlado poderá ser aceitável. A UCI pede também oficialmente à Agência Mundial Antidopagem (AMA) que adopte uma posição sobre a utilização deste método pelos atletas", declarou a instituição em comunicado, durante um seminário que reuniu as diferentes famílias do ciclismo durante dois dias em Nice.
A utilização deste gás potencialmente letal por pelo menos três equipas foi revelada no verão passado, durante a Volta a França, pelo site especializado Escapade collective.
Estas equipas incluem a israelita PT, bem como a formação UAE Team Emirates de Tadej Pogacar, vencedor do Tour, e dos portugueses João Almeida, António Morgado, Ivo Oliveira e Rui Oliveira, e a Visma de Jonas Vingegaard, segunda classificada na Grand Boucle.
Questionados pela imprensa durante o Tour, os dois ciclistas admitiram a utilização da técnica, que mede os benefícios do treino em altitude.
"É um dispositivo que testa a reação do corpo à altitude. Sopramos num balão durante um minuto para um teste que temos de fazer com duas semanas de intervalo. Eu só fiz a primeira parte, porque na segunda a rapariga que era suposto fazer o teste não apareceu. Não é que eu respire isso todos os dias", explicou Pogacar.
Por si só, a utilização deste protocolo não é ilegal. Mas em caso de utilização repetida, pode desviar-se e criar uma hipoxia artificial, reproduzindo artificialmente os efeitos do esforço em altitude.
O Movimento para um Ciclismo Credível (MPCC), que reúne várias equipas que defendem o objetivo de um ciclismo limpo, manifestou a sua preocupação no final de outubro, "desencorajando fortemente a utilização desta técnica enquanto se aguarda a sua proibição" devido ao seu "risco potencialmente fatal para a saúde".