Héctor Bellerín aterra hoje em Lisboa para suceder a Pedro Porro na ala direita do Sporting. Ambos laterais-direitos, ambos espanhóis, ambos já internacionais, ambos com vocação ofensiva. Mas Bellerín é muito mais do que um lateral-direito, muito mais do que um jogador. O Flashscore traça-lhe um perfil completo do reforço leonino.
Depois de ter feito grande parte da formação no Barcelona, Bellerín rumou muito novo a Inglaterra, para o Arsenal, em 2011. Por lá esteve durante dez temporadas, regressando a Espanha para jogar no Betis, na época passada, ainda emprestado pelo clube inglês, antes de este ano regressar a casa, à Catalunha. Sete jogos oficiais depois, Bellerín é a terceira saída do Barcelona, depois da retirada de Piqué e da venda de Memphis Depay ao Atlético Madrid.
Principal motivo? Reduzir a massa salarial. Segunda razão? Bellerín quer jogar. Deu o seu OK perante o interesse do Sporting, conhecedor da realidade portuguesa e do clube leonino, nomeadamente a saída de Pedro Porro e a participação dos leões na Liga Europa.
Bellerín tem, no seu palmarés, dez títulos. A Supertaça de Espanha, conquistada diante do Real Madrid, é o troféu mais recente na sua galeria. A Taça do Rei, conquistada na época passada pelo Betis, é o mais valioso.
Em Inglaterra, pelo Arsenal, conquistou a Taça da Liga e a Community Shield. Foram, de forma completa e efetiva, sete temporadas pelos gunners.
Mas é, também, fora do campo que Bellerín é alguém... peculiar. Em 2017, ainda no Arsenal, como figura de proa, tendo mesmo sido capitão de equipa, o lateral-direito decidiu tornar-se vegetariano.
Desde aí que mantém um estilo de vida saudável e apoia, de forma efetiva e consecutiva, causas relacionadas com esse estilo de vida. E por falar em estilo de vida, precisamente no início deste mês que, numa entrevista, Héctor Bellerín assumiu que os jogadores deviam pagar mais impostos e, atento a toda a atualidade, falou até das eleições no Brasil.
"Os jogadores de futebol são as pessoas que mais deveriam pagar impostos. Nós estamos numa posição muito privilegiada. Os jogadores estão perdendo o contato com o público, e isso não acontecia antes. Estão desumanizados, a viver numa bolha", disse Bellerín.
"Somos os que receberem mais ao final do mês. Eu venho de uma família que fazia milagres para poder comer ao final do mês. Todos querem receber mais, estar confortável, mas acho que tens de olhar para a tua situação, para a sociedade, para os que estão em situações precárias. Somos muito privilegiados. Trabalhamos para isso e temos de fazer muitos sacrifícios, mas temos de ter consciência daquilo que temos, de onde viemos, devíamos ser os primeiros a ajudar a estabilizar a sociedade. Mas percebo que alguns colegas meus pensem de forma diferente", acrescentou o lateral-direito, antes de falar... do Brasil.
"Os pontos de vista são diferentes: no Brasil, alguns foram com Bolsonaro, outros com Lula. É normal que haja diversidade. Desde que a pessoa seja consciente e tolerante, acho saudável fazer um debate. Os jogadores de futebol devem saber posicionar-se, mas se transmitirmos opiniões, elas devem ser fundamentadas. E gostaria que fosse por entender e evitar posições egoístas", defendeu Bellerín.
O lateral-direito é também um defensor das causas climáticas: em junho de 2020, prometeu plantar 3000 árvores por cada vitória do Arsenal. Acérrimo seguidor de moda, é igualmente... um investidor. Atualmente, Bellerín é o segundo maior acionista do Forest Green Rovers, da League One inglesa. E o nome do clube... diz tudo.