A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e os xeques sauditas têm a final que tanto desejavam depois de dois jogos das meias-finais que foram decididos através das grandes penalidades. O Real Madrid e o Barcelona vão disputar o segundo El Clásico da época. O primeiro, correspondente à 9.ª jornada da LaLiga, terminou 3-1 a favor de Los Blancos.
Naquele dia, o Barça não estava à altura dos homens de Carlo Ancelotti, mas agora a realidade é muito diferente. Os homens da capital espanhola estão fisicamente debilitados, enquanto os catalães mostram cada vez mais sinais de assimilação da ideia que Xavi Hernández lhes quer transmitir.
Esta mudança de tendência leva-nos a pensar noutra, mais profunda, uma possível permuta no domínio do futebol espanhol. Desde que o atual treinador está no banco de suplentes, a equipa da Ciudad Condal não sabe o que é ganhar um título e acredita que chegou o momento de voltar a ser uma equipa que aspira a esse tipo de sucesso.

A necessidade de se impor ao rival no domingo aumenta quando se têm em consideração que durante a era Xavi o Real Madrid já levantou uma Liga dos Campeões, uma La Liga, uma Supertaça de Espanha e uma Supertaça Europeia.
Sem dúvida, o balanço é muito desiquilibrado, algo que pesa muito na mente dos adeptos, que começam cada temporada com a ilusão e a esperança de recuperar a glória perdida e esbarram no muro do desespero.
Sentimentos opostos
Embora Xavi tenha descrito a exibição da sua equipa na segunda parte com o Bétis como "dececionante", o que obrigou a prolongamento e penáltis, o facto é que o desempenho global foi notavelmente melhor do que o do Real Madrid contra o Valência, que dominou grande parte do jogo.
Em contraste, os Merengues pareciam pesados, sem recursos e com falta de ritmo no duelo contra os ches. Uma situação preocupante numa altura em que estão a jogar para ganhar a Supertaça de Espanha e a Taça do Mundo de Clubes, bem como a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões contra o Liverpool. Tudo em pouco mais de 30 dias.

Sim, em meados de Janeiro e com a parte mais exigente da época ainda por jogar, a Federação Espanhola decidiu que o melhor a fazer é decidir a passagem à final com prolongamentos. Após um Campeonato do Mundo que já tinha muitos e a 7.000 quilómetros de distância de Espanha. O grande trabalho de Luis Rubiales e Gerard Piqué – organizadores da Supertaça – não se parece muito como futebol para os adeptos como prometeram os defensores da Superliga Europeia. Não é, sequer, para os futebolistas.
É um El Clásico e há um troféu em jogo. As apostas estão ao alto. A mudança de ciclo que pode acontecer é muito importante e a expetativa está no máximo. Conseguirá o Barça começar a endireitar o seu rumo ou os madrilenos vão mostrar o poderio que habitualmente exibem em finais para juntar mais um troféu a uma vitrina que se tem ampliado consideravelmente nos últimos anos?