Mais

Para consumo externo: Real Madrid perdeu a sétima final de uma taça espanhola no século XXI

Modric foi o rosto do desalento merengue
Modric foi o rosto do desalento merengueAFP
A derrota com o Barcelona neste domingo confirmou uma tendência negativa do Real Madrid nas finais das taças espanholas no século XXI, que contrasta com o sucesso europeu e intercontinental do emblema merengue.

É algo que parece fazer parte do senso comum. O Real Madrid é um clube global e isso em muito se deve à maior atenção que tem pelas competições europeias e intercontinentais em comparação com as provas domésticas.

A fama da equipa praticamente infalível nas finais é, de certa forma, verdadeira se nos olharmos para o registo internacional, mas quando se olha para as taças espanholas, não é bem assim. A derrota diante do Barcelona, este domingo, foi a sétima em finais neste século - quatro na Supertaça e três na Taça do Rei. É certo que venceram outras nove e o balanço é favorável, mas ainda está muito longe do nível de acerto que se verifica lá fora.

As sete derrotas

Supertaça:

2007 - Sevilha (0-1 e 3-5)

2011 - Barcelona (2-2 e 2-3)

2014 - Atlético Madrid (1-1, 0-1)

2023 - Barcelona (1-3)

Taça do Rei:

2022 - Deportivo da  Corunha (1-2)

2004 - Saragoça (2-3, após prolongamento)

2013 - Atlético Madrid (1-2, após prolongamento)

As nove vitórias

Supertaça:

2001 - Saragoça (1-1, 3-0)

2003 - Maiorca (2-1 e 3-0)

2008 - Valência (2-3 e 4-2)

2012 - Barcelona (2-3 e 2-1, devido aos golos fora)

2017 - Barcelona (3-1 e 2-0)

2020 - Atlético Madrid (0-0, 4-1 penáltis)

2022 - Athletic Bilbao (2-0)

Taça do Rei:

2011 - Barcelona (1-0, após prolongamento)

2014 - Barcelona (2-1)

Nota: Até 2017, a Supertaça de Espanha disputou-se a duas mãos, com cada a equipa a fazer um jogo em casa.

Avassalador em termos internacionais

O balanço de nove vitórias e sete derrotas em finais nacionais contrasta com um recorde quase perfeito a nível internacional (17 vitórias e três derrotas) que o Real Madrid apresenta neste século. Os únicos desaires aconteceram diante do Boca Juniors de Riquelme e Martín Palermo, em 2000, na Taça Intercontinental, e nas Supertaças europeias com o Galatasaray (2000) e Atlético Madrid (2018). De resto, ir a um final no estrangeiro foi sinónimo de troféu.

- Cinco Supertaças europeias: 2002 (Feyenoord), 2014, 2016 (ambas com Sevilha), 2017 (Manchester United), 2022 (Eintracht Frankfurt);

- Uma Taça Intercontinental: 2002 (Club Olimpia);

- Quatro Mundiais de Clubes: 2014 (San Lorenzo), 2016 (Kashima Antlers), 2017 (Grêmio), 2018 (Al-Ain);

- Sete Ligas dos Campeões: 2000 (Valência), 2002 (Bayer Leverkusen), 2014, 2016 (ambas com o Atlético Madrid), 2017 (Juventus), 2018 e 2022 (ambas com o Liverpool).

Feitas as contas, o Real Madrid venceu 85 por cento das finais internacionais em que participou desde o ano 2000. Uma diferença grande se tivermos em conta a percentagem de 56,25 por cento de triunfos nas finais domésticas. Seja qual for o motivo - melhor conhecimento por parte dos adversários internos, maior vontade internacional - certo é que a aura exterior não se parece refletir dentro de Espanha.