Numa prova em que o recorde paralímpico foi batido duas vezes e o francês Alexandre Leaute estabeleceu novo recorde mundial (3.24,298 minutos), Telmo Pinão, que não tem parte da perna esquerda, cronometrou 3.59,150 minutos, concluindo no sétimo posto.
Telmo Pinão mostrou-se satisfeito com o resultado, mas admitiu que “o exagero no início da prova” pode ter comprometido um resultado melhor.
“O arranque foi muito bom, julgo que por volta da terceira volta exagerei um pouco. Quando digo exagerar um pouco é passar um segundo mais rápido, depois, tentei relaxar um pouco. A meio da corrida senti que estava a fluir, mas, se calhar, fui vitima do exagero no início e nas últimas voltas não me senti tão bem”, explicou.
Telmo Pinão, que aos 44 anos soma a sua terceira participação paralímpica, admitiu que, “sem esse exagero” talvez pudesse “ter atingido o segundo objetivo, depois do diploma, que era bater o recorde pessoal”, numa prova na qual os dois primeiros classificados seguem para a disputa do ouro, e os dois seguintes lutam pelo bronze.
O ciclista português comparou a prova, disputada no Velódromo onde os ciclistas Iuri Leitão e Rui Oliveira conseguiram uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, ao surf: “Afrouxamos nas retas, pedalamos na curva, é como se fossemos apanhar a onda, é como se fosse um bocadinho de surf”.
Telmo Pinão voltou a lamentar que a prova junte atletas que têm as duas pernas e atletas que tem apenas uma, considerando que “não é justo”, e admitiu que o atual sistema de classificação, que está ser alvo de críticas, “está a fazer com que alguns bons ciclistas estejam a abandonar a competição”.
O ciclista, natural de Coimbra, vai disputar mais três provas nos Jogos Paris-2024: uma de pista e duas de estrada.