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Paralímpicos Europeus da Juventude são "oportunidade para transformar vidas"

Daniel Videira, chefe da missão portuguesa
Daniel Videira, chefe da missão portuguesaFPN
A participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude será uma oportunidade para transformar vidas, mais do que um simples momento para acumular medalhas, defende o chefe da Missão, Daniel Videira.

“Através deste evento desportivo de excelência, podemos mostrar aquilo que as pessoas com deficiência conseguem fazer quando as barreiras são retiradas e, através disso, transformarmos a sociedade, tornando-a mais inclusiva e com oportunidades para todos”, resumiu o responsável.

Em declarações à agência Lusa, Daniel Videira comentava o impacto para os atletas e desporto paralímpico luso da sua participação na sétima edição do acontecimento que vai decorrer entre segunda-feira e 28 de julho, em Istambul, na Turquia.

“Queremos que estes Jogos tenham um impacto transformador na sociedade. E não há nenhum engano, trata-se de uma competição desportiva ao mais alto nível. E é nisso que os atletas têm de se focar quando vão a Jogos, que têm de dar o seu melhor, procurar a excelência”, complementou.

Portugal vai apresentar uma comitiva de 27 atletas distribuídos por quatro modalidades, nomeadamente atletismo, basquetebol em cadeira de rodas, boccia e ténis de mesa.

Em 2022, na Finlândia, Portugal conseguiu 12 medalhas - oito de ouro, duas de prata e outras tantas de bronze – numa altura em que apresentou uma comitiva de 25 desportistas, de cinco modalidades, incluindo, na altura, a natação, que falha este ano.

Daniel Videira, precisamente oriundo desta modalidade, prefere não estabelecer metas ao nível dos resultados, mas em termos do que estes atletas podem aportar ao futuro do movimento paralímpico luso, “a precisar de alargar as suas bases”, destaca o exemplo de alguns colegas que passaram pelos Europeus da Juventude antes de brilhar em Jogos Paralímpicos, designadamente em Paris-2024.

Citou o exemplo do nadador Diogo Cancela, medalha de bronze, Mamudo Balde no atletismo, André Ramos no boccia, Tomás Cordeiro e Marco Meneses na natação entre os que persistiram no sonho e comprovaram mais tarde o seu valor em França, no maior evento paralímpico o planeta.

“Esta é uma fase essencial do desporto paralímpico e passar por essa experiência também ajuda um atleta a crescer. Não é tanto os resultados desportivos, pois acredito que todos querem superar as suas marcas. É todos darem o melhor de si mesmos”, reforçou.

Daniel Videira recordou que o alto rendimento implica uma “vida complicada” e que “nem todos estão dispostos a sacrificar o necessário” para atingir patamares de excelência internacional.

O antigo nadador, que também já liderou a comissão de atletas paralímpicos, salientou ainda a importância que a competição de Istambul vai ter no crescimento destes desportistas, até porque a missão lusa nos últimos Jogos Paralímpicos tinha vários elementos em idade avançada, havendo uma necessidade de renovação.

“Acima de tudo, gosto de pensar em quantos destes atletas vão poder sonhar, a partir daqui, em atingir algo mais? Em estar em mundiais, europeus, competir nos grandes palcos, em estar nos Jogos Paralímpicos, a poderem sonhar mais alto”, concluiu, confiando que estes jovens vão "inspirar e trazer para o desporto outros que estão em casa".

Em Istambul são esperados cerca de 1.500 participantes, um terço dos quais desportistas, com idades entre os 12 e 23 anos, a competir em nove modalidades, nomeadamente atletismo, basquetebol em cadeira de rodas, boccia, goalball, judo, natação, taekwondo, ténis de mesa e tiro com arco.


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