Antes do tão aguardado evento desta sexta-feira, 26 de julho, eis alguns dos momentos memoráveis das cerimónias que deram início aos Jogos Olímpicos no passado:
1896: Um coro gigantesco em Atenas
"Espírito antigo e eterno, augusto criador, desce aqui, aparece, brilha como um relâmpago": o hino olímpico do poeta grego Spyros Samaras (segundo a letra do poeta Kostis Palamas) é tocado pela primeira vez a 6 de abril de 1896, por ocasião dos primeiros Jogos modernos, num estádio de Atenas restaurado em mármore branco.
O seu compositor dirige o conjunto de nove orquestras filarmónicas, com mais de 150 coristas. Com grande aclamação, a peça musical é tocada uma segunda vez. Desde 1958, é o hino oficial.
1936: Propaganda nazi em Berlim
A 1 de agosto de 1936, Adolf Hitler entra no Estádio Olímpico de Berlim sob os aplausos de quase 100.000 espectadores.
A cena era de cortar a respiração: bandeiras com a suástica, um oceano de braços estendidos e gritos de "Heil Hitler"... O objetivo do Führer era claro: demonstrar a sua ideia da superioridade da "raça ariana" e da Alemanha nazi.
1984: Um homem-foguetão em Los Angeles
Em 1984, os Jogos Olímpicos entraram na era do gigantismo. Em plena Guerra Fria, com o boicote dos soviéticos e de catorze países da sua órbita, os americanos dão um espetáculo tecnológico.
Na cerimónia de abertura, Bill Suitor, o "Rocketman", vestido com um fato branco com riscas vermelhas, sobrevoou o Memorial Coliseum impulsionado por um jetpack.
1992, 1996, 2000: Estafetas icónicas em Barcelona, Atlanta e Sidney
Em 25 de julho de 1992, o Estádio Olímpico Lluis Companys, em Barcelona, ficou às escuras, em silêncio: Antonio Rebollo, arqueiro paraolímpico espanhol, recebeu a chama olímpica das mãos do basquetebolista Juan Antonio San Epifanio "Epi", apontou-a para o caldeirão a 70 metros de distância e, durante alguns segundos, todos sustiveram a respiração até que a seta se acendeu e iluminou simbolicamente o início dos Jogos.
Em 1996, o lendário pugilista e ativista pela igualdade Mohamed Ali, que sofria da doença de Parkinson, acende o caldeirão dos Jogos em Atlanta, a cidade de Martin Luther King.
Quatro anos mais tarde, a australiana Cathy Freeman, símbolo da identidade aborígene, ilumina o chão em frente a uma cascata em Sidney.
2008: O topo em Pequim
A cenografia do cineasta Zhang Yimou para a abertura dos Jogos de Pequim-2008 permitiu à China mostrar o seu peso internacional. No total, com o espetáculo de luzes e a sincronização humana, foram mobilizadas pelo menos 14.000 pessoas, com um orçamento muito elevado.
A cerimónia abriu com o som de antigos instrumentos de percussão e, depois, a cerimónia, seguida por 91.000 espectadores no estádio "Ninho de Pássaro" e por cerca de 80 chefes de Estado e de Governo, encerrou com um grandioso fogo de artifício.
2012: Isabel II e James Bond
Em 2012, o Estádio Olímpico de Londres foi palco de uma paisagem bucólica, de onde se erguiam enormes chaminés de fábricas para simbolizar o fim da Revolução Industrial.
Numa cerimónia dedicada ao legado da Grã-Bretanha ao mundo, num evento acompanhado pelo humor do realizador Danny Boyle, houve um momento particularmente memorável. Foi quando, num vídeo, o ator Daniel Craig, na pele do agente 007 James Bond, se dirige ao Palácio de Buckingham para encontrar a Rainha Isabel II, que aceitou participar nesta surpreendente curta-metragem.
A conclusão do filme previa a chegada da monarca ao estádio de para-quedas, o que evidentemente não aconteceu. Elizabeth II apareceu depois do vídeo, acenando, com seu marido Philip, a caminho de seu lugar no camarote.
