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Paris-2024: Leitão dormiu pouco e ainda não tem "bem noção" do que é ser campeão olímpico

A ficha ainda não caiu para o duplo medalhista Leitão (direita)
A ficha ainda não caiu para o duplo medalhista Leitão (direita)LUSA
Iúri Leitão ainda não tem “bem noção” do que alcançou, após ser ouro no madison ao lado de Rui Oliveira e sagrar-se vice-campeão olímpico no omnium, considerando que os dois ciclistas merecem o destaque que estão a ter.

A verdade é que ainda não tenho bem noção. Passou muito pouco tempo, nem deu para dormir direito, as emoções são muitas. Ainda estou a tentar digerir e processar o que é que aconteceu, mas estou muito feliz, isso sem dúvida”, resumiu o vianense.

Iúri Leitão regressou ao Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, onde há menos de 24 horas se sagrou campeão olímpico de madison, para assistir à prestação de Maria Martins no omnium e, nas bancadas, falou com a agência Lusa, abordando o destaque que ele e Rui Oliveira tiveram nas últimas horas em Portugal.

É muito bom ver esse reconhecimento, ver essa divulgação, mas acho que está de acordo com aquilo que nós merecemos, com aquilo que nós fizemos. É um feito histórico, apenas a sexta medalha de ouro para Portugal na história do nosso país e a primeira fora do atletismo. Somos um desporto com pouca tradição em Portugal, na parte da pista”, destacou.

O vianense de 26 anos, que falou com a Lusa enquanto Rui Oliveira estava na box de Maria Martins, notou que “o ciclismo é uma modalidade muito forte em Portugal e muito ligada ao povo”, mas que a pista ainda está a dar os primeiros passos.

E conseguirmos chegar aos nossos primeiros Jogos e ganhar logo a medalha de ouro é único e acho que merecemos esse destaque”, reforçou.

Sobre os festejos do ouro olímpico, contou que chegaram “tão tarde à Aldeia Olímpica” – “era meia-noite e meia e ainda estávamos a dar entrevistas” –, que acabaram “por não conseguir festejar nada”.

Fomos para a cama, estivemos a rever partes da corrida, estivemos a conversar sobre coisas que tinham acontecido, a rir-nos e a tentar não fazer barulho, porque tínhamos pessoal no nosso piso que ia competir hoje (domingo), tínhamos a Susana (Santos) da maratona, que ia competir. Ela estava a dormir e nós a tentar não fazer barulho, enfim, acabámos por adormecer, mas não dormimos nada”, descreveu.

Na estreia lusa em provas masculinas de pista, Iúri Leitão e Rui Oliveira juntaram-se a Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nélson Évora e Pedro Pichardo, todos campeões olímpicos no atletismo, com o vianense a tornar-se ainda no primeiro a conquistar duas medalhas na mesma edição dos Jogos Olímpicos.

Com a euforia das últimas horas, Leitão falou “com muito poucas pessoas”. “Tentei ver o máximo de mensagens possíveis antes do madison, mas a verdade é que ainda não consegui ver todas do omnium, quanto mais as do madison, as minhas redes sociais estão a explodir, felizmente, não é? E espero ter um tempo para conseguir dar uma resposta a toda a gente”, confessou.