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Participação do CTM Mirandela na Taça Europa de ténis mesa por falta de apoios

Jogador de ténis de mesa em ação
Jogador de ténis de mesa em açãoFederação Portuguesa de Ténis de Mesa
A participação do CTM Mirandela nos quartos de final da Taça Europa feminina de ténis de mesa, no fim do mês ante o Saint-Denis, está em risco por falta de apoios, disse à Lusa o presidente do clube.

“Para estarmos neste nível, precisamos de apoios para que o possamos fazer. Esses apoios nem são assim muito grandes, têm sido prometidos desde há ano e meio. O ano passado, ficámos nas meias-finais e perdemos por uma partida. Estivemos quase na final. Tem havido promessas, essas promessas não se têm vindo a cumprir, ainda acredito que possam vir a ser cumpridas e possamos estar a disputar os quartos de final”, diz à Lusa o presidente do clube, Isidro Borges.

Segundo o dirigente, que denunciou a situação após a qualificação da equipa para os quartos, já então desfalcado de jogadoras na ida à República Checa, para bater o Ostrov, está em causa a deslocação a França para a primeira mão, aprazada para 30 de março, antes do embate de retorno em Mirandela, distrito de Bragança, no dia 27 de abril.

Atribuindo o favoritismo às francesas “muito poderosas” numa “eliminatória dificílima”, as campeãs nacionais, e 14.ªs do ranking europeu, a “esperança” em que a situação se desbloqueie contrasta com a sensação de “perda muito grande para o projeto” e para a região se a participação não for conseguida.

“Tenho reivindicado, de alguma forma, condições de participação. Se as tivermos, não é só a presença do Mirandela em Paris e depois receber cá as francesas. (...) Competimos com as melhores condições de participação, se não, é andar a estragar dinheiro. Teremos, a partir daí, de repensar o projeto do nosso clube, a participação de Mirandela, clube e cidade, na alta roda europeia de uma modalidade”, lamenta.

Para Isidro Borges, “se o poder local não reconhecer o clube como importante para o município, para a região”, não terão “condições financeiras para continuar no projeto europeu”.

Contactada pela Lusa, a vereadora do Desporto da Câmara de Mirandela, Vera Pires Preto, lembrou que o investimento do município “em todas as coletividades desportivas do concelho é essencial para promover a prática desportiva, fomentar a formação de jovens atletas e garantir infraestruturas de qualidade”.

Sem se referir diretamente ao caso do CTM Mirandela, a autarca notou que a edilidade “está e sempre esteve comprometida em apoiar a participação de todas as coletividades desportivas em competições nacionais e internacionais”, por “reconhecer a importância do desporto na projeção do concelho”.

Isidro Borges diz muitas vezes “que não é pecado ter nascido em Mirandela”, reivindicando para um Interior do país “muitas vezes desfavorecido” uma sensação de ambição, com um clube que, desde 2000/01 venceu 19 títulos de campeão nacional feminino.

“Isto devia ser uma honra para qualquer entidade que lidere o processo de desenvolvimento desta cidade e desta região. Estamos a aguardar. Como disse, ainda tenho esperança que esses problemas sejam ultrapassados”, atira.

Liderada pela treinadora Xie Juan, selecionadora nacional feminina, a equipa inclui a internacional Inês Matos, a sueca Annamaria Erdelyi, a jovem Mariana Santa Comba e ainda Li Yu-Jhun.