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Pedro Proença: "Cristiano Ronaldo jamais abandonou a família de Diogo Jota"

Pedro Proença é o presidente da Federação Portuguesa de Futebol
Pedro Proença é o presidente da Federação Portuguesa de FutebolFPF

Numa entrevista ao semanário Expresso, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol falou sobre a morte de Diogo Jota e a ausência de Cristiano Ronaldo. Abordou, também, as continuidades de Roberto Martínez e Francisco Neto no comando das seleções principais masculinas e femininas, respetivamente.

Diogo Jota e a ausência de Cristiano Ronaldo do funeral: “Foi o momento destes 156 dias de liderança da FPF mais triste que aqui tivemos. Até porque aprendi aquilo que era a referência, o que significava o Jota para a própria seleção nacional. Portanto, foi um momento muitíssimo triste em que se percebeu bem aquilo que era a comunhão que existia entre toda a delegação do futebol na Federação Portuguesa de Futebol, e direi que foi um momento que acaba por marcar, de alguma forma, estes mais de 150 dias que estou na liderança da Federação Portuguesa de Futebol, um momento de tristeza que obvia­mente ficará nos bons momentos que o Jota e o irmão, o André, partilharam connosco. A vida é isto mesmo, é nestas alturas que equacionamos e que pomos tudo em causa. E, portanto, é nestas alturas que percebemos que há outras coisas que não valem a pena. O que temos de valorizar é, nomeadamente, a vida das pessoas. Aproveito esta oportunidade para dizer que é de uma injustiça imensa dizer que o Cristiano, de alguma maneira, teve um papel mais frio relativamente a isto. Desde a primeira hora que o capitão esteve connosco e foi das pessoas que mais esteve com a família da seleção, com a família de sangue do próprio Jota. E volto a dizer: é uma injustiça aquilo que disseram sobre o nosso capitão Cristiano Ronaldo. Foi das pessoas que mais sentiu, até porque era um verdadeiro companheiro do Jota. A sua ausência física não significa nada mais do que isso, porque jamais ele abandonou esta família.”

Roberto Martínez: “Nunca se sentiu necessidade, nunca esteve em causa a continuidade de Martínez. O próprio selecionador nacional sabia disso. As inúmeras conversas que íamos tendo, aliás, a primeira conversa que tenho dentro da Federação Portuguesa de Futebol foi assegurar ao mister Martínez que o seu contrato iria ser cumprido até ao final. E, portanto, não havia necessidade, nunca houve essa necessidade. A equipa estava muitíssimo unida, sentia-se um clima de vitória, que acabou por acontecer. Muitas das vezes o silêncio é dor, muito mais do que palavras ou do que alimentar uma discussão que, para nós, era absolutamente estéril”

Francisco Neto: “A avaliação que temos sobre o trabalho feito pelo mister Francisco Neto é essa. Estamos muitíssimo satisfeitos com o trabalho que ele tem feito à frente da nossa seleção feminina, e, quando assim é, contamos com ele para que daqui a quatro anos possa estar no novo no Campeonato da Europa.”

Cristiano Ronaldo: “O Cristiano jogará na seleção ou por vontade própria ou porque deixe de ser, eventualmente, opção técnica ou desportiva. Acontecerá com o Cristiano como com qualquer outro jogador. Isto não nos inibe dizer que gostaríamos que o Cristiano estivesse muitos anos na nossa seleção nacional. Era sinal de que tínhamos um jogador, atrevo-me a dizer, se não o melhor, definitivamente um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos. É uma marca que ultrapassa a portugalidade e gostaria que o Cristiano pudesse ser eterno. Obviamente, a natureza humana tem limites. Isto acontecerá, direi, que de uma forma natural. Enquanto o Cristiano se sentir satisfeito e enquanto servir os propósitos desportivos da seleção nacional será um ativo muitíssimo importante para a nossa seleção.”