Mais

Petit: "Apanhámos um FC Porto muito forte"

Petit considerou o FC Porto um justo vencedor mas deixou vários reparos (e recados) à sua equipa
Petit considerou o FC Porto um justo vencedor mas deixou vários reparos (e recados) à sua equipaLUSA
Petit, treinador do Boavista, considerou o FC Porto um justo vencedor do clássico, deixou alguns recados internos e ainda abordou as críticas recentes dos treinadores aos relatórios dos árbitros, defendendo que estes também deveriam poder falar do jogo no final.

"Sabíamos que o FC Porto ia entrar muito forte, é uma equipa que procura o jogo interior, mas também o ataque à profundidade. Tentámos tirar isso e encurtar o espaço ao máximo. O FC Porto teve ali uma ou outra situação, mas conseguimos controlar. O FC Porto na primeira parte foi muito superior e nós, na estratégia que tínhamos definido, não conseguimos. O nosso critério era sair por trás, porque o FC Porto tem sempre os dois pontas a pressionar, mais dois alas que vêm muito na pressão. Queríamos, com o Mangas e o Malheiro mais baixos, controlar por fora, para depois ligar dentro, mas não conseguimos, perdemos alguns lances e, numa bola parada, sofremos o golo. Na primeira parte não conseguimos criar muitas situações de perigo, nem muitas aproximações. Na segunda parte tentámos entrar de outra maneira, entrámos melhor no jogo, com mais aproximações e duas ou três situações de canto. Depois quando mexi na equipa, com a entrada do Bruno [Lourenço] e do Gorré, para dar mais qualidade, mais saída de bola, o Régis foi expulso e tornou tudo mais difícil. A seguir o FC Porto fez o 2-0 e depois o 3-0. É uma vitória justa do FC Porto, nós não conseguimos, apanhámos um FC Porto muito forte", resumiu Petit, considerando que o último golo sofrido, segundos depois de Gorré ter feito o 3-1, é resultado do momento que a equipa vive.

"Não foi só hoje, com o Vizela também fizemos um golo e passado um minuto sofremos. É a concentração, são os detalhes, trabalhamos isso durante a semana. Temos aqui um jogador que há um mês e meio estava no CNS, são as dores de crescimento que estamos a ter. Corrigimos todos os dias, trabalhamos isso, mas o momento não está a ser favorável para nós. Agora vem esta pausa sem campeonato, mas com taça. Houve ali detalhes que fazem a diferença, bolas na profundidade sem fechar por dentro. Tínhamos alertado se jogasse o Galeno num 4x4x2, é um jogador que consegue muita profundidade. São pormenores, mas depois os jogadores é que têm de decidir lá dentro e têm de comunicar mais, porque sem comunicação torna-se difícil uma equipa jogar", afirmou Petit, deixando alguns recados para dentro do grupo.

"Queríamos reagir, andamos aqui nesta fase, mas temos de ser homenzinhos para nos levantar, continuar a trabalhar e corrigir aquilo que está menos bem. Queremos mais para o Boavista, esta é a nossa vida e, se queremos algo mais, temos de trabalhar e estar concentrados, não só os que jogaram, mas também aqueles que ficaram no banco", disse Petit, deixando claro que, para a Taça da Liga, vão jogar... os melhores.

"Nestes dois dias vou procurar perceber o que está a acontecer nos últimos tempos, vou ver os treinos que muitas vezes são o reflexo do que acontece nos jogos. E vou preparar o onze que me der melhores garantias para preparar bem o jogo da Taça da Liga. É uma competição em que já estivemos na Final Four, queremos estar e vamos jogar com aqueles que acharmos que estão melhor preparados."

Mais tarde, já na sala de imprensa, a suspensão de Sérgio Conceição foi motivo de conversa, nomeadamente o relatório do árbitro Hélder Malheiro, contestado pelos dragões, e que levou ao castigo do técnico dos azuis e brancos.

"Nós, treinadores, também temos de refletir e somos obrigados a olhar para os bons e para os maus momentos. Os árbitros também o deviam fazer. Às vezes vamos de cabeça quente para uma flash interview e dizemos o que não queríamos. Os árbitros também podiam falar numa flash. Às vezes os erros acontecem e vamos para casa analisar e às vezes os árbitros podiam ir à flash ou falar aos jornalistas para explicar o porquê das coisas", defendeu Petit.