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Polícia Judiciária fez buscas na Federação Portuguesa de Futebol

Atualizado
Antiga sede da FPF, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, na base da investigação da PJ
Antiga sede da FPF, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, na base da investigação da PJFPF
A Polícia Judiciária fez buscas na Federação Portuguesa de Futebol esta terça-feira, havendo suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada.

A notícia foi avançada pela SIC Notícias e já confirmada por Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária.

Em causa, segundo o diretor, estão questões relacionadas com a venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol.

"Daqui a pouco vamos fazer sair um comunicado. Isto tem a ver com a antiga sede da FPF, envolve suspeitas do crime de corrupção, recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal", afirmou Luís Neves, aos jornalistas, na tarde desta terça-feira, à saída da sede da PJ.

"Cumprimos, hoje, cerca de 20 buscas a pessoas singulares, a pessoas coletivas, a sociedades de advogados. É o que posso dizer para já. O inquérito está sediado no DIAP de Lisboa, está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção. É tudo o que posso dizer", acrescentou.

O diretor nacional da PJ escusou-se a dar mais detalhes, quando questionado sobre se o antigo presidente da FPF, recém-eleito presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Fernando Gomes, bem como Tiago Craveiro.

De acordo com o despacho a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público deu autorização para a apreensão de computadores, telemóveis e outros suportes informáticos relevantes, relacionadas com a venda da antiga sede, que gerou 11,25 milhões de euros.

Minutos mais tarde, a Polícia Judiciária emitiu o comunicado oficial.

Leia o comunicado na íntegra:

"A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, desencadeou uma operação policial para dar cumprimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por onze milhões duzentos e cinquenta mil euros.

Na investigação, que se encontra a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada.

As diligências foram executadas por 65 Inspetores e 15 Especialistas de Polícia Científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados.

A investigação prosseguirá com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias, visando o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão".