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Portugal com 56 atletas nos Jogos Mundiais a apontar a cinco medalhas

José Ramalho é um dos destaques da comitiva
José Ramalho é um dos destaques da comitivaFPC

Portugal vai participar, de quinta-feira a 17 de agosto nos Jogos Mundiais Chengdu 2025, com uma seleção de 56 desportistas em 10 modalidades, com o objetivo de obter pelo menos cinco medalhas.

“Contratualizámos no contrato-programa da missão, com o Governo, pelo menos cinco pódios e pelo menos 19 classificações nos 16 primeiros. Este é o objetivo mensurável. Como chegámos aqui? Foi o que fizemos em Birmingham2022”, nota o chefe de missão, Filipe Jesus, em declarações à Lusa.

Jesus liderou também a missão portuguesa anterior, que foi “a melhor participação de sempre” em termos de pódios, e considera que não faria sentido baixar os padrões para nova participação.

Portugal estará em prova em 10 modalidades: andebol de praia, canoagem de maratonas, corfebol, breaking, ginástica (dividida em acrobática e trampolins), jiu-jítsu, kickboxing, patinagem de velocidade, duatlo e wushu.

Na canoagem encontra-se a grande estrela da comitiva, José Ramalho, que com Maria Rei enfrentará as provas curta e longa das maratonas.

“O José Ramalho é uma referência. Quatro vezes campeão do mundo, medalhado nos anteriores Jogos Mundiais, incontáveis medalhas. É dos mais emblemáticos e com mais potencial de chegar às medalhas”, descreve o chefe de missão.

Entre os destaques da missão, nota para o ginasta olímpico Gabriel Albuquerque, quinto em Paris-2024, aqui em sincronizado masculino com Lucas Santos, num contingente da ginástica, acrobática e de trampolins, que inclui vários nomes, de Vasco Peso (tumbling) a Beatriz Carneiro e Inês Faria.

Vanessa Marina volta aos Jogos Mundiais, depois de Birmingham 2022, tendo pelo meio uma participação em Paris-2024, na única presença do breaking no programa dos Jogos Olímpicos.

Pedro Ramalho foi campeão do mundo em 2022 e 2023 e é a esperança nacional no jiu-jítsu, enquanto Portugal terá duas seleções no andebol de praia, masculino e feminino, com várias posições de ‘top 8’ nos últimos anos.

Portugal terá precisamente Ramalho e Beatriz Carneiro como porta-estandartes, depois dos pódios em 2022, e prolongará na 12.ª edição dos Jogos Mundiais uma história que começou em 1982, nos Estados Unidos, e que já rendeu ao país seis ouros, nove pratas e 13 bronzes.

Entre o programa do evento, já conhecido como “os Jogos Olímpicos das modalidades não-olímpicas”, estão disciplinas e desportos que gostariam desse salto, mas também outras, como o breaking e o karaté, que foram incluídas em Jogos Olímpicos recentes e depois saíram.

Por outro lado, este evento apresenta a possibilidade de assistir a competições de flag football, basebol, squash e lacrosse, quatro novidades para Los Angeles2028, e ainda outras esperanças de um dia integrarem o programa olímpico, casos da canoagem de maratonas ou a ginástica acrobática.

Ao lado destas modalidades estão várias artes marciais, como o wushu e o muaythai, e outras disciplinas menos habituais, como a tração à corda, a petanca, o mergulho em apneia, o bilhar e até corrida de drones.

“O objetivo é sempre darem o seu melhor. Isto parece pouco objetivo, mas há aqui modalidades em que participam só oito, no mundo inteiro. Chegar aqui já é muito bom”, afirma Filipe Jesus.

Depois de jet lag, as duas palavras que a missão portuguesa tem sentido na China são “hospitalidade e acolhimento”, além das dificuldades causadas pelas altas temperaturas em solo chinês, acompanhadas de elevada humidade.

“É um desafio maior para as modalidades ao ar livre, como o duatlo e a canoagem, e requer adaptação a estas condições. Em cima disso, também não ajuda as regras de participação. Os Jogos começam no dia 07 e os atletas começaram a chegar hoje. Há um dia de chegada, um de adaptação, um de treino oficial, e depois arranca a competição, regressando depois”, conta o chefe de missão.

Esses dias “não são suficientes”, lamenta, mas muitos dos atletas portugueses têm começado, já em Portugal, uma adaptação, quer no sono quer nas condições de humidade e calor, revela o chefe de missão.

Filipe Jesus quer, de resto, que os 57 portugueses, bem como todo o staff que os acompanham, sigam os valores que orientam o olimpismo: “respeito, excelência e amizade”.


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