Portugal espera nova subida na participação nos Mundiais de atletismo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Portugal espera nova subida na participação nos Mundiais de atletismo

Patrícia Mamona ainda em dúvida
Patrícia Mamona ainda em dúvidaAFP
Os recentes bons resultados do atletismo português, em que se destaca o oitavo lugar no Europeu por Equipas, vão dar lugar a nova subida do número de participantes nos Mundiais, incluindo um máximo de sempre em termos de mulheres.

Em Budapeste, daqui a um mês, deverão estar mais de 25 atletas - os números atuais apontam para 27 -, o que supera os 23 que foram há um ano a Eugene, nos Estados Unidos.

Um total mais elevado só aconteceu por duas vezes: em Atenas-1997 e Berlim-2019, com 30 e 29 atletas, respetivamente, mas em ambos os casos com a presença de estafetas, o que agora não se verifica.

Destaque para o total de mulheres, que em Eugene foi de 16 - então, um recorde - e que agora se estima que possam ser 19.

As muitas ocasiões criadas para competir em 'meetings' do calendário internacional, fora de Portugal, foram bem aproveitadas e foram-se sucedendo os atletas com mínimos feitos ou, sobretudo, com posições confortáveis no ranking, que também dá acesso aos Mundiais.

Pedro Pichardo é um caso à parte, já que por ter sido campeão mundial do triplo salto há um ano está automaticamente qualificado.

Depois, os melhores foram atingindo os exigentes mínimos pedidos, logo a começar nos Europeus de agosto do ano passado. Auriol Dongmo (peso) e Liliana Cá (disco) foram as primeiras, e desde então o número tem subido, consistentemente.

A semana e meia do fecho do prazo, ainda há muito por jogar, sobretudo em termos de rankings, com uma vitória nos Campeonatos de Portugal a ser majorada em 100 pontos. Um título nacional com uma boa marca pode ser decisivo para o 'passaporte' para Budapeste.

A grande dúvida neste momento prende-se com Patrícia Mamona, a triplista que é vice-campeã olímpica, mas tem estado lesionada.

A portuguesa está confortavelmente em 14.ª no ranking do triplo - é de resto na sua especialidade a melhor das que não fizeram marca de apuramento direto.

No entanto, ainda não abriu a época ao ar livre, estando sem competir desde o bronze no Europeu 'indoor', em março em Istambul.

Lesionada também esteve a saltadora em comprimento Evelise Veiga, que se viu mesmo obrigada a 'falhar' o Campeonato da Europa de Equipas, na Polónia.

O seu caso é mais complicado, já que tem vindo a 'resvalar' no ranking e na última semana passou a estar fora da lista das atletas em lugar de apuramento. Se não vencer nos Campeonatos de Portugal, com uma boa marca, dificilmente chega ao objetivo.

No plano oposto, Lorène Bazolo está em crescendo, nos 100 metros e, embora ainda falte subir nove lugares, o que pode conseguir com mais um ou dois resultados de boa qualidade, até ao final do mês.

Caso o conseguisse, passava a ser a velocista de mais idade em competição - Lorène fez 40 anos, em maio.

Ao contrário do que sucedeu durante décadas, o meio-fundo longo é agora o setor 'pobre' da delegação, reduzido a Mariana Machado nos 5.000 metros e a três maratonistas na prova das mulheres.

Mariana Machado só começou a apostar forte no seu apuramento em maio, mas fê-lo com grande determinação, como se viu pela forma como 'pulverizou' o seu recorde pessoal nos 3.000 metros, no 'meeting' de Bilbau.

Na maratona feminina, com várias candidatas a poder aceder pelo 'ranking', Susana Godinho e Salomé Rocha prescindiram da oportunidade, quando eram a primeira escolha para acompanhar Solange Jesus. Ana Mafalda Ferreira e Sara Catarina Ribeiro avançaram para os seus lugares.

Totalmente desolador é o panorama no setor masculino, pois Portugal não terá ninguém nos 5.000, 10.000 e maratona.

Em distâncias mais curtas, a situação é bem diferente, com Isaac Nader a ser o melhor luso desde Rui Silva, que chegou a ser treinador do jovem e muito promissor corredor de 1.500 metros.

Nos 800 metros femininos, é a filha de Rui Silva, Patrícia Silva, a 'dar nas vistas', aparecendo agora como a melhor oitocentista desde Carla Sacramento.

Tanto Rui Silva como Carla Sacramento foram atletas de topo mundial, com medalhas em Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus absolutos.

Muito novo, também, é Etson Barros, que ainda no fim de semana conquistou a medalha de prata nos Europeus de sub-23 e, pelo que tem feito até agora, o recorde nacional absoluto (já o é de sub-23) é uma questão de pouco tempo.

A evidente qualidade da jovem geração alia-se a uma bem-sucedida série de naturalizações de atletas de valia, para dar o melhor momento de sempre do atletismo português, em termos globais. Entre os novos portugueses estão, além dos consagrados Pedro Pichardo e Auriol Dongmo, valores seguros como Arialis Martinez (100 metros), Jessica Inchude e Eliana Bandeira (peso).

A lista de naturalizados de grande qualidade pode subir já para os Jogos Olímpicos de Paris, no próximo ano: estão em bom andamento os processos de Agate Sousa (São Tomé e Príncipe), uma das melhores saltadoras em comprimento do mundo, e de Reynier Mena (Cuba), que vale pelo menos um lugar de semifinalista nos 200 metros.

Lista de atletas qualificados para Budapeste-2023, ou que estão de momento em posição de apuramento por ranking:

- Masculinos (8):

400 metros: João Coelho (ranking)

1.500 metros: Isaac Nader (mínimos)

3.000 metros obstáculos: Etson Barros (ranking)

Triplo salto: Pedro Pichardo (wild card), Tiago Pereira (ranking)

Peso: Francisco Belo (ranking)

Dardo: Leandro Ramos (ranking)

35 km marcha: João Vieira (ranking)

- Femininos (19):

100 metros: Arialis Gandulla (ranking)

400 metros: Cátia Azevedo (ranking)

800 metros: Patrícia Silva (ranking)

1.500 metros: Marta Pen Freitas (ranking), Salomé Afonso (ranking)

5.000 metros: Mariana Machado (ranking)

400 metros barreiras: Fatoumata Diallo (ranking)

Triplo-salto: Patrícia Mamona (ranking)

Peso: Auriol Dongmo (mínimos), Jessica Inchude (ranking), Eliana Bandeira (ranking)

Disco: Liliana Cá (mínimos), Irina Rodrigues (ranking)

Maratona: Solange Jesus (ranking), Ana Mafalda Ferreira (ranking), Sara Catarina Ferreira (ranking)

20 km marcha: Ana Cabecinha (ranking), Vitória Oliveira (ranking)

35 km marcha: Inês Henriques (mínimos), Vitória Oliveira (ranking)