"Hoje, um tribunal da Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) anunciou uma decisão provisória no meu caso. O último ano foi o jogo mais difícil da minha vida e, infelizmente, a minha luta continua. Dediquei a minha vida ao ténis, levo muito a sério as regras que regem o nosso desporto e orgulho-me do facto de nunca ter utilizado, consciente ou intencionalmente, qualquer substância proibida. Recusei-me a aceitar a decisão de suspensão de quatro anos e contestei-a nos termos da lei", começou por escrever a tenista romena.
"Numa decisão de 126 páginas, o tribunal admitiu ambas as acusações apresentadas pela ITIA - um teste de urina positivo para uma substância proibida e uma violação do Programa de Passaporte Biológico (ABP). Os meus representantes e eu apresentámos à ITIA e ao tribunal provas convincentes em apoio da minha defesa e levantámos várias questões legítimas sobre as conclusões alcançadas em relação ao processo ABP. Embora esteja grata por ter finalmente um resultado perante um tribunal, depois de inúmeros atrasos infundados e de me sentir como se estivesse a viver no purgatório há mais de um ano, estou chocada e extremamente desiludida com a decisão deste tribunal", assumiu Halep, explicando os contornos do caso.
"Acredito num desporto limpo e, em quase duas décadas como tenista profissional, ao longo de centenas de torneios e dois títulos do Grand Slam, submeti-me a mais de 200 testes de sangue e urina para substâncias proibidas e todos deram negativo, até 29 de agosto de 2022. Antes da época de 2022 em campo duro, por recomendação da minha equipa de confiança e do meu fisioterapeuta, revi os suplementos nutricionais. Nenhum dos ingredientes listados nestes novos suplementos incluía substâncias proibidas, mas sabemos agora - e o tribunal concordou - que um deles estava contaminado com Roxadustat. Fui testada quase semanalmente após o meu teste inicial positivo até à primeira parte de 2023, tendo todos os resultados sido negativos", explicou a tenista.
"Apesar destas provas, a ITIA só apresentou uma acusação de ABP depois de o seu painel de peritos ter tomado conhecimento da minha identidade, o que fez com que dois dos três peritos mudassem abruptamente de opinião a favor das acusações da ITIA. A ITIA baseou-se exclusivamente nas opiniões destes peritos que analisaram apenas os meus parâmetros sanguíneos - que se mantiveram durante mais de 10 anos no mesmo intervalo. Este painel de peritos ignorou o facto de nunca ter sido encontrada qualquer substância proibida nas minhas amostras de sangue ou de urina, com a única exceção de um teste positivo a 29 de agosto para o Roxadustat, que estava presente a um nível extremamente baixo e que, se considerarmos o meu teste negativo realizado três dias antes do teste positivo, só poderia ter sido causado por uma exposição acidental ao Roxadustat", acrescentou Simona Halep.
"Estou profundamente grata pelo apoio que recebi da minha família, amigos e fãs de ténis de todo o mundo. Continuo a treinar e a fazer tudo o que posso para limpar o meu nome face a estas falsas acusações e voltar ao court. Tenciono recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto e recorrer a todos os meios legais contra a empresa de suplementos em questão", anunciou.