A procuradora-geral Analía Duarte justificou: "Mentiu, pressionou, manipulou, foi parcial, abusou do poder que a sua posição lhe conferia e utilizou recursos materiais e humanos do erário público em benefício próprio".
"A sua destituição é justificada", concluiu durante o seu argumento na sede do Supremo Tribunal da província de Buenos Aires, na cidade de La Plata.
Em maio, rebentou um escândalo quando foram divulgadas imagens de Makintach como protagonista de um documentário sobre o processo que procurava apurar as responsabilidades da equipa médica de Maradona na sua morte em 2020.
Devido ao incidente, a magistrada foi afastada e o processo foi anulado. Esta quinta-feira terminou o julgamento político que pode resultar na sua destituição. Espera-se que o veredicto seja conhecido na próxima semana.
Para a procuradora, o projeto do documentário "estava sob supervisão e controlo" de Makintach.
Nos seus argumentos, os advogados assistentes juntaram-se aos pedidos da Procuradoria: "Quiseram fazer de nós parvos", afirmou um deles.
"Lamento que tenha chegado ao ponto de anular um julgamento"
A juíza negou ter conhecimento do conteúdo do documentário: "Veio uma amiga pedir-me uma entrevista, e esse foi o meu único erro", disse aos jornalistas ao entrar no tribunal.
"Lamento que isto tenha sido distorcido desta forma, lamento que tenha chegado ao ponto de anular um julgamento", acrescentou.
A anulação do julgamento pela morte de Maradona deitou por terra vinte e uma audiências e quarenta e quatro depoimentos, incluindo os das filhas do astro do futebol, Dalma, Gianinna e Jana, que reviveram entre lágrimas o momento da morte do pai.
Um novo tribunal marcou para 17 de março de 2026 o início de um novo julgamento para apurar as responsabilidades na morte do astro do futebol de sete membros da sua equipa médica.
Maradona faleceu a 25 de novembro de 2020, enquanto recuperava de uma cirurgia neurológica em sua casa.